Meu Passado, Minha Vida
Cacique e Pajé
Quando eu pego no braço da viola que ponteia
Sinto saudade no peito me retalhando no meio
Saudade de minha infância no coração bate cheio
No vídeo tape da mente
Vejo amigo e parente, o primeiro amor que veio.
Eu vejo o Monte Apreensível em sua linda represa
Vejo a dança da catira na Fazenda Fortaleza
Lembro quando anoitecia na escuridão traiçoeira
Um urutau escondido
Com seu cantar atrevido em assustava a noite inteira
Na fazenda água Limpa era a nossa moradia
Vovo no fogo de lenha cozinhando pra família
Meu avô Joaquim Maria, meu mestre de cantoria
Vejo meu pai no catira
Com sua viola caipira cantando com a voz macia.
Vejo a campina florida nas manhãs de primavera
Meu pai preparando a roça descoivarando a tigüera
Eu que levava a merenda não esqueço como era
Quando passava a baixada
Eu via a vovó sentada na soleira da tapera.
Hoje esta tão diferente onde eu fui morador
Já Morreu Joaquim Maria, adeus vovó, adeus vovô
Meus pais também já se foram morar com nosso senhor
Aquele lugar bonito
Agora me deixa aflito virou um recanto de dor.
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