A Media Luz

Corrientes tres cuatro ocho
Segundo piso ascensor
No hay porteros ni vecinos
Adentro cocktail y amor

Pisito que puso mapple
Piano, estera y velador
Un telefón que contesta
Una fonola que llora

Viejos tangos de mi flor
Y un gato de porcelana
Pa' que no maúlle el amor

Y todo a media luz
Es un brujo el amor
A media luz los besos
A media luz los dos
Y todo a media luz
Crepusculo interior
Que suave terciopelo
La media luz de amor

Juncal, doce, veinticuatro
Telefoneá sin temor
De tarde, té con masitas
De noche tango y champán

Los domingos, té danzante
Los lunes desolación
Hay de todo en la casita
Almohadones y divanes

Como en botica, cocó
Alfombras que no hacen ruido
Y mesa puesta al amor

A Meia Luz

Corrientes, três, quatro, oito
Segundo andar
Não há porteiros nem vizinhos
Dentro coquetel e amor

Piso, que ponho maple
Piano, esteira e mesa de abajur
Um telefone que chama
Uma vitrola que toca

Velhos tangos de minha flor
E um gato de porcelana
Pra que não mie o amor

E tudo a meia luz
Que é um feiticeiro o amor
A meia luz os beijos
A meia luz os dois
E tudo a meia luz
Crepúsculo interior
Que suave veludo
A meia luz do amor

Juncal, doze, vinte e quatro
Telefone sem medo
De tarde chá com bolos
De noite tango e champanhe

Nos domingos chá dançante
Nas segundas frigidez
Há de tudo na casa
Almofadas e divãs

Como em farmácias, cocó
Tapetes que não fazem barulho
E mesa posta ao amor

Composição: Carlos Cesar Lenzi / Edgardo Donato