A muié quando não qué dar confiança pra'rá gente
Vai-se embora lá pra'rá dentro, dizendo que está doente
Mas a muié quando qué não se pode agüentá
Enrabicha atrás da gente, nunca mais que qué largá

A muié quando não qué nem na porta ela sai
Se a gente bole com ela: Olhe que eu conta a papai!
Mas a muié quando qué espera té no vizinho
Se a gente quer ir-se embora: Fica mais um bocadinho!

A muié quando não qué espia pelo vão da porta
Com o cabelo arrepiado parece galinha morta
Mas a muié quando qué alevanta de sapato
Que assim cala o pé de esteio, pó-de-arroz que pague o pato

A muié quando não qué sai sem arrepará vestido
Se a gente bole com ela: Meu Deus, que hôme atrevido!
Mas a muié quando qué ninguém mais é hôme à toa
O que cai na rede é peixe, embarca em qualquer canoa

A muié quando não qué nem correndo a gente alcança
Se a gente bole com ela: Eu não lhe dou confiança!
Mas a muié quando qué na testa ela puxa um cacho
Não namora carrapato porque não sabe qual é o macho!

Composição: Satiro de Melo