Flutuaremos juntos
Escolheremos as palavras mais dramáticas
Do nosso livro vivo de amizade milenar
Sentindo o gosto ardente da água
Como espinhos de uma rosa a sangrar

Sugando o pólen branco de uma vida patética
Onde os corpos envelhecem as mentes sórdidas
Privando todo e qualquer sentimento puro
De uma criança verdadeira e mórbida

E nosso olhar tão distraído e alerta
Nossa visão tão decadente e dispersa
Encontra uma fonte densa de emoções
Entre perigos e caminhos e canções
E na beira do precipício
Buscaremos o início
E a verdade daquilo o que ainda estimo
Entre poeiras e canções
Entre pó e invenções
E tudo aquilo que não há
E tudo aquilo que virá

Composição: Márcio Cirne