Que fim levara a flor bela da fava dita favela
Não lhe fizera um samba a Portela, nem o Louvre uma tela
Enfim ninguém dera trela à planta rubro-amarela
Nem mesmo um acorde do tom, uma valsa, um choro a capela!
Girassóis se exibem, roseirais se exalam.
Vagabundos se exilam com suas Amélias
Traficantes escapam, soldados escoltam.
Flagelados nos contam das suas mazelas
E a flor?
Lá na boca da Vila Prudente não existe favela
No centro do Heliópolis não existe favela
Ao redor do capão Redondo não existe favela
No morro da Rocinha não existe favela
A favela sumira que fim ela levara?

Composição: Elio Camalle