Grito de Alerta
Emílio Santiago
Primeiro você me azucrina
Me entorta a cabeça
E me bota na boca
Um gosto amargo de fel
Depois vem chorando desculpas
Assim meio pedindo
Querendo ganhar um bocado de mel
Não vê que então eu me rasgo
Engasgo,engulo,reflito
E estendo a mão
E assim nossa vida é um rio secando
As pedras cortando
E eu vou perguntando:
-Até quando?
São tantas coisinhas miúdas
Roendo,comendo,arrasando
Aos poucos
Com o nosso ideal
São frases perdidas num mundo
De gritos e gestos
Num jogo de culpa que faz tanto mal
Não quero a razão pois eu sei
O quanto estou errado
E o quanto já fiz destruir
Só sinto no ar um momento
Em que o copo está cheio
E que já não dá mais pra engolir
Veja bem,nosso caso é uma porta entreaberta
E eu busquei a palavra mais certa
Vê se entende o meu grito de alerta
Veja bem,é o amor agitando o meu coração
Há um lado carente dizendo que sim
E essa vida da gente gritando que não
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