Noites Insones
Galvão
Por esses caminhos que eu percorri
Eu vi tantas coisas que até Deus duvida
Crianças pedindo o quê de comer
Famintas, crescidas
Em jaulas (as vi) já como animais
E vi muito mais... Surreais
Formiga vadia, cigarra chorosa
Bisonhas cegonhas ao sul de Noronha
No canto do inferno, um oásis de rosas
Por tudo que eu vi - entendi!
Que o que se vê é como moeda
É cara, é coroa, feitiço, ilusão
Se depende da sorte
Se depende do norte
Muito mais da ocasião
E no verso, reverso, da minha história
Qual é a cara que eu vejo, estampada, agora?
Aquela fingida ou a dessa hora
(De noites insones)
Que me olha e me chora pra não mais ir embora
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