Ali vem um desses tauras
Que no calor das refregas
Forjou-se sobre o cavalo
Teve a pampa por escola
A lança, a espada, a pistola
E o tino para guiá-lo
Não sendo dono da terra
Peleara como se fosse
O senhor das sesmarias
Esquartejando horizontes
Redesenhou mil confrontes
Nas épocas mais bravias

E vai essa rude estampa
Mescla de raiva e carinho
Bravura abrindo caminho
Que a liberdade é um chamado
Que a liberdade é o chamado

Num ajuste fratricida
De contas que nem são suas
Verdades galopam nuas
No pago sendo espoliado

Vai ser o diacho lá diante
Talvez a morte levante
No flanco de um descampado
Com sorte sobra-lhe a vida
E as cicatrizes sortidas
De um direito conquistado
E do decênio cruento
Que resta ao tempo e ao vento
Lições pra se repensar
Quem sabe o futuro entenda
Que se resolvem contendas
Noutras formas de pelear
Quem sabe o futuro entenda
Que se resolvem contendas
Noutras formas de pelear

E vai essa rude estampa
Mescla de raiva e carinho
Bravura abrindo caminho
Que a liberdade é um chamado
Que a liberdade é um chamado
Que a liberdade é um chamado

Composição: Jorge Nicola Prado / Daniel Becke