Da Minha Janela
Humberto Barbosa
Vejo com olhos noturnos
Visto da minha janela
As cores das fotos quimera
As dores do pranto que sangra.
Quanto mais eu fico preso no meu canto
Não tem desencanto, e eu posso falar
Sem uma fadiga, sem correr perigo
Eu rezo e rio em meu caminhar
Vejo com os olhos dos olhos
Da lente de outra pessoa
A voz do silencio, que ecôa
Num trecho de som que entoa
Muito mais encanto, visto deste canto
Na tela, no manto, a légua estradar
Vento de manhã fria, viola folia
Noite e dia, sente a sede queimar.
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