Tia Corrucha
Janaína Maia
Pele preta, carapinha já tordilha
Traz na veia o sangue forte da gaúcha
Ana Terra destes tempos vai passando
Mãe de muitos, vó de tantos, tia Corrucha
Sua mão de palma branca e dorso negro
Cabecinha de criança enterneceu
Em seu colo doce e quente se aninhavam
Filhos brancos d'outro ventre, não do seu
Quando moça, gerou filhos, correu mundo
E varou de ponta a ponta estes rincões
Quitandeou, arrumou festas para os outros
Passou a vida conquistando corações
Aos oitenta, o anjo negro é como o cerne
É a velha timbaúva que não tomba
Tia Corrucha bate forte sua chinela
E tem a alma limpa e pura como a pomba
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