Cavalos do Tempo
Leonardo Paim
Ficam marcas do tempo
Riscando o chão da poesia
Quando Deus poeta escreve
O verso de cada dia
Entre o campo e o céu
Com asas de liberdade
Pastam cavalos do tempo
Sob um olhar de saudade
Só os cavalos do tempo
Galopam na escuridão
E com suas patas de vento
Desenham mapas no chão
Quando os cavalos do tempo
Levam encilhas da razão
A vida é doce num trote
De rédea firme na mão
A tarde, quando se entrega
Ao brilho das três-marias
Resguarda brasas sementes
Nos versos do outro dia
Com as rédeas soltas na mão
Não existe destino manso
E nos cavalos da lembrança
A luz do tempo não alcanço
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