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Luiz Carlos Borges
Eis que vos conto de Rosa o itinerário
Seu curso como um rio - se quereis vós
Fonte no campo, o escambo, o sobressalto
Cristal que se rompeu, podres na foz
Um símbolo, direis, de tantas quantas
Iguais rota e derrota, linha e traço
Madrugam serenos e lunares
E anoiteceram peraus, peso e sargaços
Rosa de ventos ao vento - seu invento
Seu diário um inventário de memórias
Rancho no verde, no cinza o arrabalde
E uma tarja-carvão sujando histórias
Sangue no pasto, o rubro do começo
A véspera do transe, o transitório
O sol da puberdade envilecido
Numa lâmpada amarela de velório
A noite pelo dia, o roxo pelo claro
A vida e seu lançar de catapulta
E um grito a nos bater o punho insone:
-Pelos espinhos de Rosa, mea culpa!
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