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Letra

Nada

Niente

O que eu tenho?
Cos’ho?

Eu tenho alguns cortes no rosto
Ho dei tagli sul viso

Sim, mas o que eu tenho?
Si, ma io cos’ho?

Que se eu sangro, dou risada
Che se sanguino rido

Derreto um pouco
Mi sciolgo un pò

É por isso que não sinto nada
Tanto non sento niente

Eu, o que tenho?
Io cos’ho?

Parece já ter sido sentenciado
Sembra aver già deciso

Mas, simplesmente não sei
Ma proprio non so

Se mistura com o sorriso
Mescolarmi al sorriso

Daqueles que não tem mais
Di chi più non ho

Tanto é que não sinto nada
Tanto non sento niente

Eu falo com você, sempre
Parlo con te, sempre

Mesmo se você estiver ausente
Anche se tu sei assente

Aqueles que não dizem nada
Quelli non dicono niente

Apenas um silêncio ensurdecedor
Solo un silenzio assordante

Morro com você, sempre
Muoio con te, sempre

Vivo com você entre as pessoas
Vivo di te tra la gente

Aqueles que falam, falam, falam
Quelli che parlano, parlano, parlano

Ainda
Ancora

E não há mais nada
E non resta più niente

Propriamente nada
Proprio niente

Do céu que perdemos
Del cielo che abbiamo perso

Roubando as partes mais negras
Rubandoci I pezzi più neri

Mais negras de todo o negro
Più neri del nero

E agora, mais nada
E ora più niente

Há uma estrela cadente
C’è una stella cadente

Mas já é a última
Ma era l’ultima già

Que se debatendo, cai
E schiantandosi precipita

Sobre a minha pele
Sulla mia pelle

Deixando um poço infinito
Lasciando un pozzo infinito

Onde tudo está acabado
Dove tutto è finito

Acabado para sempre
Per sempre finito

No fundo mais fundo
Nel fondo più fondo

Da liberdade
Della libertà

O que devo fazer?
Che farò

Se estes cortes no rosto
Se questi tagli sul viso

Eu ainda os tenho
Ancora io ce li ho

E vestido de vermelho
E di rosso vestita

Nos olhos estarei
Negli occhi sarò

E ainda assim você, nada
E ancora tu niente

Eu não tenho, não tenho, não tenho
Io non ho, non ho, non ho…

A obediência
L’obbedienza

De quem desapareceu
Di chi è sparito

Já há algum tempo
Già da un po’

Se você pintar um paraíso
Se dipingi un paradiso

Vou destruí-lo!
Io lo distruggerò

Tanta coisa para nada
Così tanto per niente

Eu começo com você, sempre
Parto da te, sempre

Para voltar a ser nada
Per tornare ad essere niente

Acabo com você, sempre
Finisco a te, sempre

Analisando as pessoas
Analizzando la gente

Elas não fazem mais sentido que nada
Non ha più senso quel niente

O que ainda resta, nada
Quel che rimane ancora niente

Aqueles que falam e falam e ainda
Quelli che parlano, parlano e ancora

Em seguida, falam
E poi parlano

E não resta mais nada
E non resta più niente

Propriamente nada
Proprio niente

Da sensação de que perdemos
Del senso che abbiamo perso

Nos gestos do outro
Nei gesti di un altro

Que não se escreve mais
Che non fa più testo

E, entretanto, nos mata
E intanto ci uccide

E deixa o resto
E non lascia resto

E não resta mais nada
E non resta più niente

Nada, mais que nada
Nient’altro che niente

E o teto, nós perdemos
E il tetto l’abbiamo perso

E agora chove, e goteja
E ormai piove a dirotto

Em móveis e cabeças
Su mobili e teste

Inundando esperanças
Allagando speranze

Afogando lentamente
Che affogano lente

Nadando em nada
Nuotando nel niente

Nadando em nada
Nuotando nel niente

Eu nado em nada
Io nuoto nel niente

Você nada no nada
Tu nuoti nel niente

Da liberdade
Della libertà

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