Vida de Peão
Marcos Violeiro e Cleiton Torres
La bem distante em uma estrada carreira no rincão matogrossense
Vi uma nuvem de poeira
Era uma comitiva com a boiada chegando
Quando ouvi o berrante meu olhos foi marejando
Me aproximando avistei o cozinheiro
As mulas com as bruacas com as traias vinham primeiro
Depois veio a comitiva com o toque do ponteiro o barulho do cincerro
E o grito dos boiadeiros
O sinuelo que guiava a boiada
O afiador com a pinhola não deixa boi de arribada
O culatreiro é importante nessa lida de peão
Ele vem por derradeiro comendo a poeira do chão
Vi na pousada hora da queima do alho
Tinha roda de viola e um joguinho de baralho
Depois de um arroz tropeiro, carne, paçoca e feijão
Era quando descansava dessa vida de peão
Bem chegando a alvorada tocou berrante
O ponteiro o sinuelo levanta alertando os boiadeiros
Como em forma de onda boiada foi levantando
Essa hora arrepiei
Para sempre lembrarei a comitiva viajando
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