Remanso
Maria Dapaz
Vou me embora, vou me embora
Na força desse remanso
Na ventania que espora
E atiça meu cavalo manso
Rever teus zóio, morena
Que me condena, que me ignora
Eu vou me embora
Nas contas das minha penas
Vou me embora, vou me embora
Aqui já não guardo dia
Pois que já passou da hora
Pois que a dor me anuncia
Um tempo novo, morena
Tempo que espero
Sem ter teus zóio, eu vou me embora
Tocar tudo o que é meu de perto
Vou me embora, vou me embora
Sem pernoite, sem descanso
Pra chegar em boa hora
Nas ondas desse remanso
Rever teus zóio, morena
E meus oitis maduros
Ingazeiras frondosas
Meu pajeú matuto
Rever teus zóio, morena
Antes que a morte me acena
Antes que eu te ignore
Antes que eu te condene
Rever teus zóio, morena
Antes que a morte me acena
Antes que eu te ignore
Antes que eu te condene
Rever teus zóio, morena
Antes que a morte me acena
Antes que eu te ignore
Antes que eu te condene
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