A Fortuna - João De Deus
Maurício Gringo
Anda a Fortuna por uma praça
Fala à Ventura com riso irmão
E mais adiante topa a Desgraça
E altiva e rude lhe esconde a mão
Vaidosa e bela, dá preferência
Ao torpe egoísmo acomodatício
E entre as virtudes, na existência
Escolhe sempre flores do vício
E assim prossegue na desmarcada
Carreira louca do vão prazer
Como perdida, e já sepultada
No esquecimento do próprio ser
Depois, cansada e já comovida
Quando só pede luz e amor
Acorre à Morte por dar-lhe a Vida
E vem a Vida por dar-lhe a Dor
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