A Sepultura - Cruz e Souza (Espírito)
Maurício Gringo
Como a orquídea de arminho quando nasce
Sobre a lama ascorosa refulgindo
A brancura das pétalas abrindo
Como se a neve alvíssima a orvalhasse
Qual essa flor fragrante, como a face
Dum querubim angélico sorrindo
Do monturo pestífero emergindo
Luz que sobre negrumes se avistasse
Assim também do túmulo asqueroso
Evola-se a essência luminosa
Da alma que busca o céu maravilhoso
E como o lodo é o berço vil de flores
A sepultura fria e tenebrosa
É o berço de almas – senda de esplendores
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