Quando em plena rua
Nós nos encontramos
Disfarçadamente nos cumprimentamos
Através dos olhos
Muita coisa é dita
E na primeira chance
Sem vermos ninguém
Você me pergunta se está tudo bem
E eu digo você parece que tem
Proteção dos astros pra ser tão bonita

Nosso amor nasceu sem ter liberdade
Faz parte da nossa clandestinidade
Na rua, no campo, no carro ou na cama
Nada além de amigo pra família eu sou
Pra noite de núpcias ninguém nos casou
Faltou testemunha, Deus testemunhou
E é de esconde-esconde que a gente se ama

Quando você liga que eu lhe atendo mal
Pelo o tom da voz sente o meu astral
E pede que eu me acalme, até por favor
Nós dois somos cúmplices, na noite e no dia
De bilhete anônimo, de fotografia
Confissão de padre, segredo da CIA
Nada é tão oculto quanto nosso amor

Vivemos de códigos e de troca de afetos
De rápidos encontros de planos secretos
Sem usar algemas você me prendeu
É fora da lei que a gente namora
Nós dois dependemos da sorte e da hora
Parecemos tanto por dentro e por fora
Que eu às vezes penso que você sou eu

Que você sou eu
Penso que você sou eu
Que você sou eu
Penso que você sou eu

Composição: Os Nonatos