Não há estrelas no céu a dourar o meu caminho
Por mais amigos que tenha sinto-me sempre sozinho
De que vale ter a chave de casa para entrar
Ter uma nota no bolso pra cigarros e bilhar?

A primavera da vida é bonita de viver
Tão depressa o Sol brilha como a seguir está a chover
Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar
Parece que o mundo inteiro se uniu pra me tramar!

Passo horas no café, sem saber para onde ir
Tudo à volta é tão feio, só me apetece fugir
Vejo-me à noite ao espelho, o corpo sempre a mudar
De manhã ouço o conselho que o velho tem pra me dar

A primavera da vida é bonita de viver
Tão depressa o Sol brilha como a seguir está a chover
Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar
Parece que o mundo inteiro se uniu pra me tramar!
Hu-hu-hu-hu-hu, hu-hu-hu-hu-hu

Vou por aí às escondidas, a espreitar às janelas
Perdido nas avenidas e achado nas vielas
Mãe, o meu primeiro amor foi um trapézio sem rede
Sai da frente por favor, estou entre a espada e a parede

Não vês como isto é duro, ser jovem não é um posto
Ter de encarar o futuro com borbulhas no rosto
Porque é que tudo é incerto, não pode ser sempre assim
Se não fosse o Rock and Roll, o que seria de mim?

A primavera da vida é bonita de viver
Tão depressa o Sol brilha como a seguir está a chover
Para mim hoje é Janeiro, está um frio de rachar
Parece que o mundo inteiro se uniu pra me tramar!
Não há-á-á estrelas no céu

Composição: Carlos Tê / Rui Veloso