Aos Navegantes
Silvestre Kuhlmann
Ó vós, que velejais na noite escura
Os olhos cegos pela bruma densa
E prosseguis por essa treva imensa
A tatear nos ermos da amargura
Ó vós, arremessados para a altura
Na fúria ondeante da amplidão extensa
Sem leme, sem velame, sem valença
A navegar na turbação mais dura
Se a angústia os vossos ânimos abate
Enquanto a vaga o vosso casco bate
Numa insistência que jamais se cansa
Erguei a Deus o vosso olhar salgado
E de pronto tereis do vosso lado
O Sopro suave de uma brisa mansa
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