Carrossel
Silvestre Kuhlmann
Um dossel cobriu o céu
Não dá pra enxergar
Nada além de um triste cinza
Que ranzinza está
Corre o céu um carrossel
Sempre a girar
Nuvens que anuviam meu pensar
Bate a chuva, sem perdão
Quando vai parar?
Esse temporal tem tempo
E hora de acabar?
Olho pra janela
Nela nada além
Nublado, um brado, um trovejar
Pára! Não para, e por quê não?
Paira melancolia em mim
Um dossel cobriu o céu
Não dá pra enxergar
Nada além de um triste cinza
Que ranzinza está
Corre o céu um carrossel
Sempre a girar
Nuvens que anuviam meu pensar
Mas além das nuvens
Brilha o sol, vou recordar
O azul que está por cima
Que vem acordar
Minhas cordas, meus acordos
Meu cantar
Sempre é bom tempo para amar
Paro? Não paro e por que não?
Cresce uma semente em mim
Que um dia vai germinar
Cores a maravilhar
Toda retina que retiver nela o olhar
Paro? Não paro não por que não!
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