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Bahia de Todos Os Prantos

SuspeitoUmDois

Bahia! Prantos de um povo que ainda sonha,
"Sofrência" exposta nos holofotes da vergonha.
Dos altos índices de miséria e assassinatos,
Onde o preto e pobre favelado é sempre o alvo.
Dos nossos becos, que o caetano não versou,
Das “bala” perdida que o pagode não ironizou.
Da mãe lutadora, que na cabeça equilibra um balde,
Farinha, e rapadura com água, e os boy de light.
417 Municípios,
Infelizmente são só dígitos pro sistema dos políticos.
Enquanto o sertanejo ou “nóis” aqui for só um numero,
Vai ter mais 20 todo dia só no chumbo.
Motivo pra tremer os classe média operária,
O burguês nem vê pela blindagem reforçada.
Mas se sua filha der vacilo na porta de casa,
-"Passa o celular e a bolsa, ou então leva facada".
Shopping pro boy, lazer e diversão,
Gueto e favela, problema de monte! Né, não?!
Polícia invade, bota terror, chega aqui e mata uns 4,
Joga os corpos no cia e diz que é vitima do tráfico.
Rolou tiro ontem a noite e de manhã só a notícia,
Nego levou bala e tem pedaço de carne na pista.
Mais de mil que não contaram com as bênçãos do oxalá,
Quando o bicho pegou, nem seu santo tava por lá
Sangrou até morrer feito um porco abatido,
E hoje só simboliza lágrimas na missa de domingo.
Putrefação geral, no esgoto feito um verme inútil,
Reconhecido por parentes pra lá do 7º dia útil.
Quando o assunto é carnaval, todo mundo quer ser baiano,
Pagam pau por uma semana, e nos xinga o resto do ano.
Pois a bahia que aqui chora do ano novo até o natal,
Não é a da propaganda do povo sorridente no carnaval.
Que brilha os “zóI” dos alemão, chama os “turista”,
Atrás de um programinha no porto da barra, sodomia.
“Pega bicho” papão, 12 aninhos já ta bom,
Paga tudo, bola gato, e de 4 tem o dom.
A inocência, defloraram na mais pura ignorância,
Aliciaram o futuro e estupraram a esperança...
Atenção, governador, prefeito, ministro, senador
Não é filme de terror, mais colha o mal que tu plantou.
Democracia numa terra que ainda existe tirania?
Mesmo podre e no inferno a sua sigla intimida.
Anti cristo miserável, mas amado pelo povo,
Que deixou de herança a miséria, e a viseira de burro da rede globo.
Bahia...desde os seus tempos mais remotos,
Desde a colonização até a invasão dos porcos...
A dona maria reza e implora por seus santos.
Que não valem nada na bahia de todos os prantos...

Bahia, o sangue mais negro depois da áfrica,
Lembranças do passado marcadas no ferro a brasa.
Do navio negreiro que atraca só no verão,
Dividido entre a porrada dos pm, e o cordão.
Na pedra do castigo, estralava a chibata,
O negão ainda leva pau, e os gringo da risada.
No palco dos horrores, porões da maldade,
Mercado da vergonha, pelourinho, grades.
Piscinas, quadras, clubes, bosques,
Devasta essa mata, ou faz reintegração de posse.
Pro senhor de engenho, tocar o céu da cidade,
E no lugar desses barraco, um terraço imperial le.
Um tipo de mistura miami serra leoa,
E de portugal só os esperma e nada da coroa.
Cintura desenhada, seios fartos, bunda grande,
Gerou só os bastardos de cabral e sua gangue.
Amarela é a nossa fome, azul o sangue nobre,
Branca a sua raça, e os verde no seu nome.
Descemos de canudos, para ao rio de janeiro,
Favelas se ergueram rumo ao caos rotineiro.
Acelera, a 1000 por hora atrás do holocausto,
Analfabeto de pai e mãe, na capital desempregado.
O sonho de exercer a profissão de agricultor,
Maquino-faturaram, é peão versus robô.
Vish, a cova é rasa pra tanto defunto,
Morte e vida, tiroteio e a severina chora o luto
(Ré) minha bahia, minha terra sofrida,
A mãe áfrica chora, por sua filha que agoniza.

Se lágrimas regassem o solo dessa terra,
Os frutos brotariam no terreno da miséria.
Em cada face envelhecida a esperança se renova,
Renasce todo dia e vai dormir com o pé na cova.
É em vão cada vela que ilumina cada prece,
Cansado desses prantos até os santos tão em greve.
Senhor do bom fim, triste fim do senhor,
Que esperava atendimento, enfim não chegou.
Conduzido ao calvário todo tipo de devoto,
Nutrido de farelo por se misturar com porcos.
Estanca o sangue com a mordaça, põe a tarja sobre o peito,
Enxuga as lágrimas com o lenço, deleita o manto sobre o leito.
Herdamos as pragas do egito adaptadas ao nordeste,
No semi-árido baiano se prolifera a peste.
Gotas de suor não banham a terra seca,
Súplicas estéreis não frutificam a colheita.
Adestraram os baianos com imagem e semelhança,
De animais domesticados que exibem suas danças.
Estamos órfãos de orgulho, bahia estado decadente,
Bastarda de uma pátria gerada do seu ventre.
Cidade do prazer de domingo a domingo,
Depósito de sêmen pra ejaculação dos gringos.
Sobrepõe os seus pecados nas promessas não cumpridas,
E o sangue negro é servido no cálice da injustiça.

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