Disse um campônio à sua amada
Minha idolatrada, diga o que quer?
Por ti vou matar, vou roubar
Embora tristezas me causes mulher
Provar quero eu que te quero
Venero teus olhos, teu porte, teu ser
Mas diga, tua ordem espero
Por ti não importa matar ou morrer
Ela disse ao campônio, a brincar
Se é verdade tua louca paixão
Parte já e pra mim vá buscar
De tua mãe inteiro o coração
A correr o campônio partiu
Como um raio na estrada e sumiu
Sua amada qual louca ficou
A chorar na estrada tombou

Chega à choupana o campônio
E encontra a mãezinha ajoelhada a rezar
Rasga-lhe o peito o demônio
Tombando a velhinha aos pés do altar
Tira do peito sangrando
Da velha mãezinha o pobre coração
E volta a correr proclamando
Vitória! Vitória! Tem minha paixão
Mas em meio da estrada caiu
E na queda uma perna partiu
À distância saltou-lhe da mão
Sobre a terra o pobre coração
Nesse instante uma voz ecoou
Magoou-se, pobre filho meu?
Vem buscar-me filho, aqui estou
Vem buscar-me que ainda sou teu!

Composição: Vicente Celestino