De Campeiro À Cantador
Volmir Martins
Nasci como nasce um potro
No fundo de um corredor
Trago o Rio Grande na estampa
Sou ginete e domador
Rasgo a culatra da noite
No meu pingo marchador
E amanso esses endiabrado
Sem usar amadrinhador
Tenho um dom que poucos tem
Eu sou taura e versejador
E honro a terra de onde vim
Até quem não gosta de mim
Reconhece quem o meu valor
Vamo que vamo
Laço e pealo
Confio em Deus
E nas patas do meu cavalo
Vamo que vamo
Laço e pealo
Confio em Deus
E nas patas do meu cavalo
Ando sempre de à cavalo
E gosto da lida campeira
Por parceiro dois cachorros
Eu uma faca carneadeira
Pealo o brazino xucro
Na saída da mangueira
Não confio em China falsa
Nem em égua caborteira
Meu sombreirão de abas largas
Do estilão lá da fronteira
Oiga-tê terra sulina
Onde tem gaita, tem China
E tem comércios de carreira
Vamo que vamo
Laço e pealo
Confio em Deus
E nas patas do meu cavalo
Vamo que vamo
Laço e pealo
Confio em Deus
E nas patas do meu cavalo
Ignoro assombração
E não tenho mal agouro
Ando com rimas na ideia
E a graxa forçando o couro
Sou taura na lida bruta
E também campeio um namoro
Na minha vida de campo
Eu dei muita pechada em touro
Minha ideia é um privilégio
E minha garganta é um estouro
E hoje pra gente sensata
Fabrico versos de prata
E recebo aplausos de ouro
Vamo que vamo
Laço e pealo
Confio em Deus
E nas patas do meu cavalo
Vamo que vamo
Laço e pealo
Confio em Deus
E nas patas do meu cavalo
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