Foi as quatro horas da manhã, meu cachorro de guarda latiu
Levantei para ver o que era, e vesti meu casaco de frio
Então vi que chegou um mensageiro, amuntado num burro turdio
Apiou e me disse bom dia! E o bolso da baldrana ele abriu

Uma carta o rapaz me entregou e de novo amuntou e na estrada sumiu
Dei a carta pro meu irmão ler, ele leu e me olhando sorriu
É convite pra nós ir na festa, vai haver um grande desafio
O meu pai já correu no vizinho, foi chamar o vovô e o titio
Nóis cheguemo a pular de contente, lá em casa ninguém mais dormiu
Pra quebrar aqueles campeonato nem com sindicato ninguém conseguiu

Violeiro que mandou o convite, moram lá do outro lado do rio
Eles pensa que nóis não vai lá, mais nóis semo caboclo de brio
A peteca aqui do nosso lado, por enquanto no chão não caiu
Quando nóis cheguemo no catira, os mais fraco na hora sumiu
Só cantemo moda de campeão e os tal que era bom nem se quer reagiu

Perguntei para o dono da festa, onde foi que o senhor conseguiu
Esses tal violeiro famoso, que as moda de nóis engoliu
O festeiro ficou pesativo, e mordeu no cigarro e cuspiu
Vocês são dois caboclo batuta, quem falou pode crer não mentiu
Teve algum que canta esperimentou mais o peito faio e a voz não saiu

As viola nóis faz de encomenda, nosso peito e tratado e sadio
Já cantemo três noite seguida e às moda nóis não repetiu
Quem repete é relógio de igreja e o triste cantar do tiziu
E agora com essa vitória, inda mais nossa fama subiu
E vocêis não deve discutir, se viemos aqui, foi vocês quem pediu

Composição: Raul Torres / Rubens Ferreira Bueno