Fora do Eixo (part. Juliano Holanda)
Agda Moura
Hei de achar meu coração
Num acaso inconsequente
Assentado num batente
Agregado em qualquer vão
Hei de ver na minha mão
Nossas linhas se cruzarem
Os destinos se abraçarem
Nossos olhos se lamberem
Nossas vidas se quererem
Nossas almas se amarem
Hei de ter o que não tenho
Como quem te perdeu
E no mundo se escondeu
Não deixou nem o desenho
Feito cana no engenho
Sentimentos triturados
Quem levou nossos recados
Quem tirou você do eixo
E deixou como desfecho
Nossos corpos separados
Hei de arder em fogo bento
Hei de sublinhar as frases
Das leituras que me fazes
Pra dizer teus sentimentos
Hei de sustentar os ventos que carregam seus olhares
Hei de atravessar os mares
Os de fora e os de dentro
Hei de contornar o centro
Magnético dos pulsares
Hei de inventar lugares
Pra te encontrar serena
Hei de acompanhar novena
Hei de frequentar os bares
Hei de profanar os lares
Hei de saquear o abrigo
Hei de te colher no trigo
Hei de te plantar semente
Pra que voltes novamente
Pra te ter aqui comigo
Talvez o mundo nos guardou distantes
Nestas curvas da vida, separados
Tantas ruas apartam dois amantes
Que não sabem que são dois namorados
Desatinos, destinos enlaçados
Adiando o encontro dos errantes
Somos nós nesse mundo figurantes
Com seus corpos e rumos aninhados
Ali, ali atrás de uma montanha
Há de ter uma alma tão risonha
Que quer descanso, abrigo dentro e fora
Um ser assim, tão ser singelamente
Um passarinho que voa livremente
Que dança, sonha, ama, canta, ri
E chora
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