O Sorriso Das Águas
Aldina Duarte
Já não tenho um lenço branco
Nem pranto de despedida;
Tanto barco me deixou
Até o Tejo secou
Dentro de mim toda a vida
Eu já mordi a saudade
Para salvar o coração
O amor que me morreu
De certeza renasceu
Com uma outra pulsação
Atirei pedras ao Tejo
Com raiva das minhas mágoas
Eram ciúme e vingança
Mas as pedras de criança
São o sorriso das águas
As rosas nascem na terra
E morrem direito ao céu
Tudo é luz e é nascente
Tudo é luto e é poente
E tudo isto sou eu
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