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Vagabundo (part. Sérgio Reis)

Almir Sater

Letra

    Eu nasci como nasce quarqué vagabundo
    Até hoje eu não soube quem foram meus pais
    Eu cresci nas tabernas ao som das garrafas
    Pescando de linha na beira do cais

    Se almoço eu não janto, se janto eu não sei
    Pra mim é o bastante comer uma vez
    Pra casa eu não levo nenhum desaforo
    Eu visito a cadeia dez vezes por mês

    Nas noites escuras se eu tenho dinheiro
    Às vezes me enfio num grosso pifão
    Nas noites de Lua me encosto na esquina
    Cantando modinha com meu violão

    Lá pra meia-noite que o sono me aperta
    Então eu me deito em quarqué lugar
    As pedras da rua são meu travesseiro
    E a porta da igreja me serve de lar

    Se saio na rua disposto a brigar
    Todos se intimidam da minha navalha
    E assim vou vivendo sem era, nem bêra
    Gozando as delícias da vida canalha

    Lenço no pescoço, cigarro no queixo
    Chapéu desabado, viola na mão
    Se encontro uma briga já vou provocando
    E se topo, a poeira levanta do chão

    Eu já quase apanhei por quatro indivíduo
    Numa briga que eu fiz no bar do café
    Valeu a firmeza que eu tenho no pulso
    Valeu a destreza que eu tenho no pé

    Dei uma pernada que o chapéu voou
    Era levantar e tornar cair
    Faço isso pra dar trabalho a polícia
    Enquanto que a morte não lembra de mim

    Composição: Piracicaba / Carreirinho. Essa informação está errada? Nos avise.

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