Iluso

Era un jueves gris, llovía
Pídeme un remix, decía
En el lobby de un hotel, barato
Viene de rentar su piel, un rato
Con la algarabía del deber, cumplido

Acrobacias del placer, fingido
Un orgasmo de alquiler, con ruidos
Pone boca en su carmín, escaso
Arañando el adoquin, sus pasos
¿Quién tiene algo para la nariz? Pregunta

¿Podría ser de utilidad mi pañuelo?
Disfracé de ingenuidad mi anzuelo
Algo para no dormir, idiota
Si me das podrías pedir, mi ropa
Dónde encuentro nieve pa'l desvelo ahora

Creo que 100 podria ajustar, te animas?
Mi depa esta al cruzar, la esquina
Estoy solo como tú, fulana
Te invito a estrenar la luz, mañana
No te quiero pa' desarreglar, la cama

No es lo que haces con tu boca mi muñeca rota lo que solicito
Te puedes dejar la ropa mi muñeca rota, no la necesito
No es mujer la calentura, hurgar en tu cintura, lo que ando buscando
Es un poco de ternura para ver si cura lo que estoy pasando
Dijo si, sin sonreir, camina

¿Dime si el sexo sin placer, te enciende?
Solo si el cliente es mujer, ¿me entiendes?
Disimulando argumente está claro
No te creas que me parece raro
Cada quien su gusto y su pasion, le dije

¿Te podría sujetar la mano?
Dame 100 para empezar, y hablamos
Los busqué en mi pantalón, y nada
Fui debajo del colchón, y estaban
Se los di como quien compra un par de alas

No es lo que haces con tu boca mi muñeca rota lo que solicito
Te puedes dejar la ropa mi muñeca rota, no la necesito
No es mujer la calentura, hurgar en tu cintura, lo que ando buscando
Es un poco de ternura para ver si cura lo q estoy pasando
Miro el buró y sin sonreir momento

Si es tu ex la del buró no hay trato
Con su mano señalo el retrato
¿La conoces pregunte?, confuso
Fue por mi quien te dejó, iluso!

Sonhador

Era uma quinta-feira cinzenta, chovia
Peça-me um táxi
No saguão de um hotel, barato
Ela vem de alugar a sua pele, um pouco
Com a emoção de dever, cumprido

Acrobacias de prazer, fingido
Um orgasmo de aluguel, com ruído
Coloca boca em seu batom, escasso
Arranhando o paralelepípedo, seus passos
Quem tem algo para o nariz? Pergunta

Poderia ser útil meu lenço?
Disfarcei de ingenuidade meu anzol
Algo para não dormir, idiota
Se me dá poderia pedir, minha roupa
Onde encontrar neve para a vigília agora

Acho que 100 poderia dar, você se atreve
Meu apartamento está ao cruzar, a esquina
Estou sozinho como você, fulana
Convido você a ver o sol nesta manhã
Eu não te quero para desarrumar, a cama

Não é o que você faz com a sua boca minha boneca quebrada, o que eu peço
Você pode deixar a roupa minha boneca quebrada, não preciso dela
Não é "apagar o fogo", grudar sua cintura, o que estou procurando
É um pouco de ternura para ver se cura o que eu estou passando
Ela disse que sim, sem sorrir, caminhando

Diga-me se o sexo sem prazer, te excita?
Só se o cliente for uma mulher, entende?
Dissimulando argumentei está claro
Não pense que me parece estranho
Cada um com seu gosto e sua paixão, eu disse

Poderia segurar sua mão?
Dê-me 100 para começar, e conversamos
Os procurei em minhas calças, e nada
Eu fui debaixo do colchão, e lá estavam
Eu lhe dei como quem compra um par de asas

Não é o que você faz com a sua boca minha boneca quebrada, o que eu peço.
Você pode deixar a roupa minha boneca quebrada, não preciso dela
Não é "apagar o fogo", grudar sua cintura, o que estou procurando
É um pouco de ternura para ver se cura o que eu estou passando
Olhou o bureau e sem sorrir momento

Se é a sua ex a do bureau não há negócio
Com a mão apontou o retrato
Você a conhece? Eu perguntei, confuso
Foi por minha causa que ela te me deixou, sonhador!

Composição: Ricardo Arjona