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Quem muito corre... (De qualquer maneira)

Ary Barroso

Letra

    Quem tudo olha… Quase nada enxerga
    Quem não quebra se enverga
    A favor do vento
    Eu não sou perfeito
    Sei que tenho de pecar
    Mas arranjo sempre jeito
    De me desculpar…
    Eu lá na Penha agora vou "estifa"
    Mas não vou como um "califa"
    Que foi lá desacatar
    Mas a força falha
    Ele teve um triste fim
    Agredido a navalha
    Na porta de um botequim!

    Eu vou à Penha de qualquer maneira
    Pra ver a minha santa Padroeira

    Faz hoje um mês que fui naquele morro
    E a Juju pediu socorro
    Lá da ribanceira

    Toda machucada
    Saturada de pancada
    Que apanhou do seu mulato
    Por contar boato

    Meu coração bateu a toda pressa
    E eu fiz uma promessa
    Pra mulata não morrer...
    Pela padroeira
    Ela foi bem contemplada
    Levantou do chão curada
    Saiu sambando fagueira!

    Eu vou à Penha de qualquer maneira
    Pra ver a minha santa Padroeira

    Eu vou à Penha de qualquer maneira
    Pois não é por brincadeira
    Que se faz promessa
    E... o tal mulato
    Para não entrar na lenha
    Fêz comigo um contrato
    Para sumir da Penha
    Quem faz acôrdo não tem inimigo
    A mulata vai comigo
    Carregando o violão junto à santa milagrosa
    Vai cantar meu samba prosa
    Numa primeira audição.

    6087


    Ficha técnica da faixa
    Grupo da Odeon
    Voz: Déo Maia

    [ Samba - gravado em 1939 por Déo com o Conjunto Odeon - Odeon 11.762A ]


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