Todo tempo tudo tem estado
Tão estático, parada
Que o tédio toma conta do tapete
Da parede e até o teto

Todo tempo tudo tem estado
Tão hermético, fechado
Que o sufoco toma conta do safado
Do sacana e do malandro

Todo tempo tudo tem estado
Tão estupido, patético
Que o sangue toma conta dessas telas
Dessas danças, dessas cenas de favela

Todo, tempo
Tudo, parado
Hermético, fechado
Patético, errado

Que o tédio, o sufoco
E esse sangue são símbolos
Os signos dos nossos tempos

Composição: Gustavo Negreiros / José Yco