10 de Julho de 2024, às 12:00
O TikTok é sem dúvida um celeiro de tendências, principalmente na música. E foi através da plataforma que o funk MTG começou a se destacar, se tornando conhecido em todo o país. Mas afinal, o que é funk MTG?
Trata-se de um subgênero do funk, surgido na capital mineira Belo Horizonte. A sigla MTG é a abreviação da palavra “montagem”. Talvez você tenha se deparado com o funk MTG ao ouvir a versão de Chihiro, de Billie Eilish, ou de Quem Não Quer Sou Eu, do Seu Jorge.
O subgênero foi se projetando no funk de BH e conquistou o público com suas batidas marcantes e criativas, sendo um dos movimentos com grande potencial para viralizar nas redes sociais.
Mas o que exatamente significa a sigla MTG? E o que torna esse estilo musical tão popular? Vamos saber mais a seguir. Vem com a gente!
O funk MTG tem sua origem em Minas Gerais, onde se popularizou em bailes da comunidade local. Os DJs mineiros teriam criado o ritmo, que passou a ganhar notoriedade no movimento funk de BH.
Após viralizar nas redes sociais, o funk MTG começou a se espalhar pelo Brasil. Agora, muitos DJs estão experimentando o subgênero, fazendo colagens de sons de músicas famosas, dando um ritmo mais diferenciado à versão original.
Fãs do funk tradicional parecem ter gostado da mistura, tanto que o estilo MTG chegou ao topo das paradas do Brasil, colocando em evidência nomes como DJ Topo, MC GW e outros artistas.
Embora o funk MTG seja o destaque atual na cena, outros subgêneros do funk contribuíram para que estilo se tornasse multifacetado, agradando diferentes perfis de fãs.
O funk de São Paulo, por exemplo, tem características próprias e ganhou muito destaque com o subgênero do funk ostentação.
Caracterizado por letras que exaltam bens materiais e estilo de vida glamouroso, o funk ostentação surgiu no início dos anos 2010, e até hoje fez sucesso nas plataformas de streaming.
Embora controverso, o funk proibidão é mais um subgênero que se destaca, conhecido por suas letras explícitas que frequentemente abordam temas como crime, violência e sexo. O funk proibidão surgiu nas comunidades cariocas, nos anos 90.
Outro subgênero que vem crescendo nas comunidades é o trapfunk, uma espécie de fusão do funk carioca com o trap americano. O ritmo mistura batidas eletrônicas pesadas com letras ritmadas, criando uma sonoridade única, que é tanto dançante quanto reflexiva.
E não poderíamos deixar de lembrar do funk melody, muito popular nos anos 90 e 2000, com artistas como MC Marcinho e Perlla. O subgênero do funk surgiu nos anos 90, e trazia letras e melodias mais românticas.
Com o crescimento do subgênero, alguns artistas do funk MTG começam a ganhar notoriedade, ajudando a consolidar o ritmo no cenário nacional.
Um deles é Antonio Antmaper, conhecido como DJ Mulú. O produtor e DJ carioca ficou conhecido por misturar música eletrônica e ritmos do nacionais. Ele foi o criador do remix funk de Chihiro, de Billie Eilish, música do seu álbum mais recente, Hit Me Hard and Soft.
Outros nomes que começam a se destacar no funk MTG são: DJ Renner, dj sv, Doug Hits, DJ Luan Gomes, DJ 2K Do Taquaril, MC Pedrinho, MC GW, DJ Ruan do Primeiro, Dj Mack, MC Ryan SP, entre outros.
Esses artistas se dedicam a usar batidas características do funk tradicional e adicionam vozes e uso de graves, ou seja, criam verdadeiras montagens que se originaram no funk MTG.
Inclusive, no Spotify, é possível encontrar diversas playlists dedicadas ao funk MTG.
Com o funk MTG começando a fazer história, algumas músicas já se destacam em números de plays.
No Top 50 do Brasil do Spotify, a montagem de Quem Não Quer Sou Eu, do DJ Topo, aparece na segunda posição. É uma das canções mais tocadas e com mais de 8,3 milhões de visualizações no YouTube.
Outro sucesso do funk MTG, como mencionamos anteriormente, é Chihiro, da cantora Billie Eilish, montagem criada pelo DJ Mulú. As montagens estão se tornando tão populares que, das 20 músicas mais ouvidas no streaming, quatro são funk MTG.
Inclusive, a diversidade se destaca no estilo e prova disso é a montagem criada pelo DJ Luan Gomes, Quero Ver Se Você Tem Atitude, da música Cabide, da sambista Mart’nália.
Outras músicas de funk MTG para você incluir na playlist:
Como você deve ter notado, o funk MTG coloca batidas do funk em canções de outros artistas. Um dos nomes da cena, DJ Topo, encara o estilo como uma maneira de explorar e se permitir criar.
Para ele, o funk MTG dá aos produtores a liberdade de incluir vocais de um funk antigo, ou até mesmo de um sucesso da MPB, recriando a partir disso algo totalmente novo.
Contudo, é preciso lembrar que até mesmo as recriações precisam de autorização dos artistas para serem lançadas de maneira oficial, rendendo lucro aos produtores.
Por conta dessa questão legal, o sucesso que o produtor Mulú fez com o MTG de Chihiro, da Billie Eilish, não lhe rendeu lucros, mesmo tendo se tornado o áudio mais usado no Instagram.
A alternativa para não ter as montagens derrubadas nas plataformas seria lançar um cover. Mulú chegou a ser procurado por uma empresa americana que lhe propôs lançar oficialmente um cover de Chihiro.
Ele precisaria regrar os elementos originais da canção de Billie Eilish como forma de driblar a fiscalização, porém, o produtor achou melhor negar a proposta. No entanto, após negar a oferta, outro produtor resolveu regravar a voz de Billie Eilish, mas se apropriou da estrutura, melodia e harmonia criada por Mulú.
Como essa estratégia de regravar a voz original evita que o streaming derrube a música, a versão assinada por Lewis Hanton chegou entre as mais ouvidas do Spotify Brasil, passando os 2 milhões de plays.
Seja no funk MTG ou para qualquer outras recriações, o caminho correto é conseguir a liberação dos compositores originais para não violar a lei, mesmo que seja o uso de um trecho pequeno da obra.
Agora que você sabe o que é funk MTG, o que achou da nova tendência musical? E se você curte postar fotos com legendas de música, vem conferir compilado de frases de funk para usar nas redes sociais.
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