8 de Fevereiro de 2024, às 08:00
Que tal conferir uma análise do samba-enredo da Beija-Flor em 2024 para saber o que esperar de uma das agremiações mais famosas do Carnaval carioca? A Beija-Flor de Nilópolis promete encantar o público com uma homenagem à capital de Alagoas, Maceió, e à cultura da região.
A escola, que conquistou a quarta colocação no Grupo Especial em 2023, deve entregar uma performance que remete ao histórico Joãosinho Trinta, antigo carnavalesco da agremiação.
Sob a batuta da parceria campeã composta por Kirazinho, Lucas Gringo, Wilsinho Paz, Venir Vieira, Marquinhos Beija-Flor e Dr. Rogério, a agremiação busca resgatar a essência e a história dessa região tão marcante do Brasil.
Um Delírio de Carnaval Na Maceió de Rás Gonguila celebra Maceió como um verdadeiro paraíso, misturando elementos místicos e culturais. A canção também menciona as lutas de Zumbi dos Palmares e as raízes do povo alagoano.
Vem conferir uma análise do samba-enredo da Beija-Flor em 2024, com tudo o que você precisa saber sobre a aposta da escola de Nilópolis!
A Beija-Flor de Nilópolis promete surpreender o público no Carnaval de 2024 ao homenagear um personagem emblemático da cultura de Maceió, capital de Alagoas.
Com o tema Um Delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila, a agremiação da Baixada Fluminense se propõe a mergulhar nas raízes da cidade nordestina, destacando a figura lendária de um dos “pais” do Carnaval alagoano.
Filho de escravizados, o personagem tinha a convicção de ser descendente da realeza etíope. Certo de que seria um príncipe africano, ele fundou um bloco de Carnaval em Maceió e se firmou como ícone da cultura de Alagoas.
O desfile da agremiação de Nilópolis deve unir a corte africana de Rás Gonguila com a tradição da escola da Baixada Fluminense por meio de cores, ritmos e elementos na Sapucaí.
Uma simples análise do samba-enredo da Beija-Flor em 2024 mostra que a agremiação preparou um samba-enredo que celebra intensamente a cidade de Maceió e a rica cultura alagoana.
A letra da música começa com a representação do surgimento de um monarca, simbolizando poeticamente Maceió como um lugar paradisíaco.
A canção conecta o protagonista do enredo aos orixás que ditam o destino da cidade, citando Rás Gonguila como um herdeiro das lutas de Zumbi dos Palmares.
Em Maceió
O paraíso deu à luz a um menino
À beira-mar nasci um rei
E o senhor das ruas deu o meu caminho
Eu acreditei!
Herdeiro da dinastia e das lutas de Zumbi
De Palmares às palmeiras e marés
Da cultura e bravura dos Tupis e Caetés
De nobre engraxate ao novo horizonte:
Real cavaleiro dos montes
O trecho acima também apresenta o personagem central do enredo, Rás Gonguila, que foi engraxate e se tornou conhecido por fundar o bloco Cavaleiro dos Montes.
A narrativa do samba-enredo continua descrevendo a diversidade cultural de Maceió, destacando a “malandragem”, o “frevo” e o “arrasta-pé” como expressões típicas do Nordeste brasileiro.
Tem mironga, festa da ralé
Malandragem, frevo, arrasta-pé
A magia que avoa, o rosário no andor
A cantiga que ecoa no axé do meu tambor
Com referências à “magia”, ao “rosário” e ao “axé do meu tambor”, a faixa alude ao sincretismo religioso e à identidade afro-brasileira.
A escola também destaca a nobreza africana, uma vez que Rás Gonguila acreditava ser um príncipe etíope, e enaltece a soberania popular por meio do batuque de Rás, coco e samba de roda.
Gira, mundo, feito pião que Gonguila do jeito
Que me eterniza o bendito dos plebeus
Quando encontro a corte africana
A nobreza alagoana realiza os sonhos meus
Voa, Beija-Flor
A soberania popular me traz
Num batuque de Rás
Um coco, um pouco de samba de roda
E o povo anuncia: É ela!
Delira, tem Pajuçara no mar da Mirandela!
O último refrão menciona “Benedito”, nome de batismo de Rás Gonguila, e se encerra com uma declaração de amor e orgulho pela escola.
Aqui é Beija-Flor, doa a quem doer
Do gênio sonhador, da gana de vencer
Tá no meu peito, tá no meu grito
Escola de respeito que coroa Benedito
Rás Gonguila, grande homenageado pela Beija-Flor em 2024, era oficialmente chamado Benedito dos Santos e foi uma figura emblemática em Alagoas no início do século passado.
Nascido em Maceió, nos primeiros anos do século XX, ele era um engraxate que acabou dando origem ao Carnaval maceioense como hoje o conhecemos. Apesar de sua origem humilde e do analfabetismo, Rás Gonguila construiu sua própria narrativa, proclamando-se descendente direto do último imperador da Etiópia.
Entretanto, a história registra que muito pouco se sabe sobre seus pais, exceto que eram libertos e enfrentaram as agruras da escravidão. Eles se dedicavam à venda de frutas e à limpeza dos palacetes dos barões do açúcar.
Já adulto, Rás Gonguila foi fundador do histórico bloco carnavalesco Cavaleiro dos Montes, agremiação que se transformou em uma referência nas festividades carnavalescas alagoanas.
O suposto príncipe etíope morreu aos 63 anos, vítima de um ataque cardíaco fulminante em Maceió, em dezembro de 1968. O bloco Cavaleiro dos Montes não existe mais, mas segue como uma importante referência no cenário carnavalesco de Alagoas.
Sob a direção do carnavalesco João Vitor Araújo, a Beija-Flor de Nilópolis entra na Marquês de Sapucaí no domingo de Carnaval.
A agremiação será a segunda escola a desfilar na noite e terá participações estreladas, como Ludmilla, Brunna Gonçalves, Giovanna Lancellotti, Bruna Griphao e Enzo Celulari.
O time da escola das cores azul e branco terá mais uma vez o comando do lendário Neguinho da Beija-Flor e dos mestres de bateria Rodney e Plínio.
Se você gostou de conhecer a análise do samba-enredo da Beija-Flor em 2024, que tal embarcar em uma viagem nostálgica e cheia de história? Prepare a serpentina e o confete, para conferir o material que preparamos sobre as melhores marchinhas de Carnaval, com 14 clássicos inesquecíveis!
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