Samba-enredo Grande Rio 2025: celebrando a cultura amazônica

Entenda o significado de Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós, samba-enredo da Grande Rio para 2025!

Analisando letras · Por Rafaela Damasceno

10 de Fevereiro de 2025, às 12:00


Chegou a hora de conhecer o samba-enredo da Grande Rio em 2025 e começar a torcida para o Carnaval deste ano. A agremiação promete muita emoção e riqueza cultural na avenida.

samba-enredo Grande Rio 2025
Reprodução / YouTube

Com o título Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós, a canção celebra as tradições e as belezas do Amazonas. Figuras místicas, como a Mina Cocoriô e a Feitiçaria Parawara, ressaltam o quanto essa região brasileira é rica em significados e elementos.

Conheça todos os detalhes do samba-enredo da Grande Rio em 2025, com a nossa análise completa, e se prepare para a maior festa do Brasil. 

Grande Rio 2025: análise do samba-enredo

No dia 29 de novembro, foi lançado o disco Sambas de Enredo 2025, com todas as canções das escolas de samba do Grupo Especial que desfilarão na Marquês de Sapucaí neste Carnaval no Rio de Janeiro. 

Um dos grandes destaques do álbum é o samba-enredo da Grande Rio, Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós, que homenageia a rica cultura amazônica.

O enredo foi criado pelos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora. Eles contaram com a contribuição do grupo Deixa Falar, de Belém do Pará, formado por Mestre Damasceno, Ailson Picanço, Davison Jaime, Tay Coelho e Marcelo Moraes. 

No enredo de 2025, a Grande Rio cruza a ponte imaginária entre o Rio de Janeiro e o Pará, estado natal do Mestre Damasceno. O objetivo é celebrar as diversas manifestações culturais afro-brasileiras originárias da Amazônia, como o tambor de mina, ritual de fé e encantaria, que cultua orixás, caboclos e voduns.

Além dos elementos culturais paraenses, a letra explora a melodia do samba à moda tradicional e também ressalta a importância da preservação das águas, da fauna e da flora na Amazônia.

Confira a seguir a nossa análise completa de Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós

Análise completa do samba-enredo da Grande Rio 2025

A celebração à cultura e à natureza da Amazônia já começa no título do samba-enredo da Acadêmicos da Grande Rio em 2025. 

A pororoca é um fenômeno natural produzido pelo encontro das águas da chuva com as águas do Oceano. Em tradução literal do tupi, esse termo se refere a um “estrondo”, algo muito forte.

Já a palavra parawara significa habitante do rio. Assim, as pororocas parawaras representam a voz de quem mora no rio, daquilo que emerge com força, do fundo para a superfície. Também é possível interpretar essa expressão como uma homenagem à força das águas amazônicas.

As práticas espirituais e culturais dos povos indígenas

A Mina é Cocoriô

Feitiçaria Parawara

A mesma Lua da Turquia

Na travessia foi encantada

Maresia me guia sem medo

Pro banho de cheiro

Na encruzilhada, espuma do mar

Fez a flor do mururé desabrochar

Pororoca me leva pro fundo do igarapé

Se desvia da flecha, não se escancha em puraqué

Quem é de barro, no igapó, é Caruana

Boto assovia, Mãe D’água dança

A Grande Rio abre o seu samba-enredo de 2025 com uma saudação a Voduns, Orixás e Caboclos: A Mina é Cocoriô. Em seguida, outros elementos da cultura paraense afro-indígena são explorados, como a Feitiçaria Parawara. 

A Lua da Turquia faz referência às Belas Turcas, princesas ajuremadas, que atravessam o alto mar. Diz a lenda que elas foram encantadas na Praia dos Lençóis, no Maranhão, após fugir da guerra na Turquia. 

Essas são as personagens principais de Pororocas Parawaras: As Águas dos Meus Encantos nas Contas dos Curimbós. São elas que guiarão o público em uma jornada mística pelas belezas enigmáticas da natureza, da crença e da cultura da Amazônia. 

Outros elementos do folclore amazonense – e que também são referenciados em todo o folclore nacional – são a Lenda do Boto Cor de Rosa, a Mãe D’água e a Caruana. 

Celebração à fauna e à flora da Amazônia

Se a Boiúna se agita, é banzeiro, banzeiro

Quatro Contas, um cocar

Salve Arara Cantadeira, Borboleta à espreita

E a Onça do Grão-Pará

A fauna e a flora também são celebradas no samba-enredo da Grande Rio em 2025. A Onça do Grão-Pará, a Arara e a Borboleta aparecem na letra, como uma lembrança de que o Brasil é rico não só em cultura, mas também em biodiversidade

Um mergulho nas tradições afro-brasileiras

Na curimba de Babaçuê

Tem falange de ajuremados

A macaia codoense é macumba de outro lado

Venham ver as Três Princesas baiando no Curimbó

É Doutrina de Santo rodando no meu Carimbó

E foi assim suas espadas têm as ervas da Jurema

Novos destinos no mesmo poema

E nos terreiros, perfume de patchouli

Acende a brasa do defumador

Pro mestre batucar a sua fé

Noite de festa, Curió Marajoara

Protege Caxias, nas Águas de Nazaré

A palavra curimba é usada para se referir a um grupo de pessoas que participa de rituais umbandistas. Ao som do atabaque e do agogô, elas realizam o Babaçuê, um culto de origem afro-brasileira.

A macaia codoense é uma macumba originária da cidade de Codó, no Maranhão. Foi lá, inclusive, que também teve origem o Tambor de Mina, religião afro-brasileira que surgiu no Maranhão e se espalhou por outras regiões do Brasil. 

É força de Caboclo, Vodum e Orixá

Meu povo faz a curva como faz na gira

Chama Jarina, Herondina e Mariana

Grande Rio firma o samba no Tambor de Mina

As três princesas turcas da cultura amazônica, Jarina, Herondina e Mariana, têm seus nomes revelados na última estrofe do samba-enredo da Grande Rio em 2025. 

Por meio delas, conseguimos conhecer um pouco sobre a rica cultura amazônica, assim como nos conectamos com as nossas próprias raízes brasileiras. 

Relembre as músicas que fizeram sucesso nos carnavais passados

Agora que você já sabe o significado por trás do samba-enredo da Grande Rio em 2025, chegou a hora de voltar no tempo e relembrar as músicas que bombaram nos Carnavais dos anos anteriores

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