18 de Outubro de 2022, às 12:00
36 anos após seu lançamento, em 1986, The Queen Is Dead, do The Smiths, ganhou repercussão por causa da morte da Rainha Elizabeth II. A faixa homônima, que abre o lado A do disco, teve um aumento de 1.689% no número de plays nas plataformas de streaming.
Considerado a obra-prima da banda inglesa e um dos mais importantes álbuns dos anos 80, a história de The Queen Is Dead, do The Smiths, é formada pelas 10 faixas com letras politizadas que se misturam com a solidão e poesias de Morrissey.
O disco agradou tanto que ficou por 22 semanas no topo das paradas do Reino Unido, além de ter sido apontado pela revista Rolling Stones como um dos 500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos.
Além de serem uma das bandas que marcaram o rock dos anos 80, as canções do The Smiths se tornaram atemporais e fazem sucesso até hoje. Para compreender mais sobre a história do icônico disco, continue a leitura!
Lançado em 1986, o terceiro álbum da discografia do The Smiths, The Queen Is Dead, entrou para a história da banda como o melhor disco do grupo britânico. Com 10 faixas, todas escritas por Morrissey e musicadas por Johnny Marr, The Queen Is Dead chegou ao mundo causando polêmica já com o título.
Influenciados pelo rock mais agressivo de Detroit, além de bandas como Velvet Underground e Stooges, a dupla Marr e Morrissey se fundiram em uma sintonia perfeita, traduzindo o sentimento melancólico e sombrio da Inglaterra naquele período, que vivia sob o governo conservador de Margaret Thatcher.
Em uma época marcada pelo uso de sintetizadores e pela extravagância das maquiagens, o quarteto de Manchester se apresentou com uma proposta e sonoridade diferentes, um tanto intimista e sem receios de falar sobre a solidão ou sobre colocar a cabeça da monarca numa forca. 😱
Até pelo visual dos integrantes e o jeito diferente de fazer música, há quem considere que os Smiths os grandes precursores do indie rock. E o disco The Queen Is Dead foi o responsável por consolidar a banda entre uma das mais respeitadas da história do rock.
Os maiores sucessos do quarteto, que ficou em atividade de 1982 a 1987, estão presentes no álbum, como Bigmouth Strikes Again, There Is a Light That Never Goes Out, The Boy with the Thorn in His Side, The Queen Is Dead, além da sensacional Some Girls Are Bigger Than Others.
O guitarrista Johnny Marr compôs boa parte das canções do álbum The Queen Is Dead durante a turnê do The Smiths pelo Reino Unido.
E como falamos anteriormente, ele estava ouvindo muito da cena rock de Detroit, e levou essas influências para o disco, sendo que algumas delas faziam parte de demos antigas que a banda ainda não havia explorado.
Ao ouvir as canções, é possível notar a junção de diferentes estilos e melodias, desde sonoridades mais agressivas como a faixa que abre o disco, The Queen Is Dead, mais lentas e “viajantes” como I Know It’s Over e uma pegada mais descontraída e bem humorada na faixa Vicar in Tutu.
No caso do título do álbum, a banda encontrou inspiração em um livro de 1964, do autor americano Hubert Selby, Jr., Last Exit To Brooklyn.
A ideia surgiu, mais precisamente, de um dos capítulos do livro chamado The Queen is Dead, que narra a história de Georgette, um transexual que é expulso de casa pelos pais e se apaixona por um rapaz.
Parece que o capítulo foi a deixa perfeita para Morrissey se inspirar e ainda esbravejar o seu lado crítico a respeito do governo britânico. Com isso, ele conseguiu escrever letras densas, irônicas, nostálgicas e muito honestas, principalmente sobre a solidão.
Quando o álbum completou 25 anos, a revista britânica New Musical Express fez uma edição toda especial sobre The Queen Is Dead e sobre os Smiths, o que já demonstra o respeito que a obra da banda conquistou ao longo da história.
Alguns consideram The Queen Is Dead como um dos discos mais inteligentes do rock. Além de ter sido bem avaliado por críticos e especialistas, The Queen Is Dead figurou em diversas listas de melhores álbuns, se tornando uma obra necessária, atemporal e daquelas que a gente não consegue deixar de revisitar de vez em quando. 🥰
A faixa que dá nome ao álbum, The Queen Is Dead, faz uma crítica ao governo britânico, com letra escrita por Morrissey e melodia criada por Marr. No inverno de 1985, enquanto testava e montava um equipamento, o guitarrista se recordou de um riff que havia criado anos atrás, quando ainda vivia com os pais.
Embora a música fale sobre a morte da rainha Elizabeth II, a crítica de Morrissey não se restringe apenas à monarca, mas ao modelo antiquado e ineficaz inglês. Talvez até pelo jeito ácido de Morrissey, muitos interpretam a música como um ataque à rainha, feito em tom irônico e que atinge também ao príncipe Charles.
Os versos iniciais são marcados por um coro de pessoas que pedem para ser levadas de volta para a Inglaterra, o que pode expressar o amor dos cidadãos pelo país, porém, livres, sem a presença da realeza.
Em entrevista ao New Musical Express, Morrissey teria dito que inicialmente não tinha a intenção de atacar a rainha Elizabeth II, mas sim ilustrar o quanto a vida na Inglaterra se tornou triste por conta da presença de toda a monarquia.
Her Very Lowness with her head in a sling
Vossa Excelentíssima Baixeza, com sua cabeça numa forca
I’m truly sorry, but it sounds like a wonderful thing
Eu realmente sinto muito, mas isso soa como uma coisa maravilhosa
Repare que no segundo trecho, Morrissey imagina a cena da rainha sendo morta em uma forca e confessa que seria algo ótimo.
Para ele, é a chance que o povo teria de ficar livre, porque ele sempre considerou a família Real como uma verdadeira piada.
I say: Charles, don’t you ever crave
Eu disse: Charles, você nunca desejou
To appear on the front of the Daily Mail
Aparecer na primeira página do Daily Mail
Dressed in your Mother’s bridal veil?
Vestido com o véu nupcial da sua mãe?
Uma das partes mais irônicas da música, quando Morrissey questiona se o príncipe Charles não se imaginaria usando o véu de sua mãe. Fica a dúvida se o compositor estaria insinuando que o próprio Charles poderia desejar a morte de sua mãe, pois ele seria o próximo na linha de sucessão( o que acabou ocorrendo agora, com o falecimento da rainha).
The Queen Is Dead não tem refrão e os versos seguintes seguem com uma invasão ao palácio, onde o personagem carrega na mão uma chave inglesa enferrujada, e imagina um diálogo improvável que, embora a letra não deixe claro, se refere à figura da rainha.
A música faz ainda uma crítica a respeito dos bares e de como eles acabam com as pessoas, e se estende à igreja, cujo objetivo é apenas pegar o dinheiro dos fiéis.
The Queen is dead, boys
A Rainha está morta, garotos
And it’s so lonely on a limb
E é tão solitário no limbo
Life is very long when you’re lonely
A vida é muito longa quando se está sozinho
Ao final, temos umas das frases mais poéticas e reflexivas da música: a vida é muito longa quando se está sozinho.
Em resumo, The Queen Is Dead demonstra todo o desprezo que Morrissey nunca fez questão de esconder que tem pela família real que, segundo ele, representa a arrogância e o modo ditador de se impor diante do povo.
Gostou de conhecer a história de The Queen Is Dead? Agora vem com a gente relembrar as relembre as 12 melhores músicas do The Smiths!
Curta as suas músicas sem interrupções
Pague uma vez e use por um ano inteiro
R$ /ano
Use o Letras sem anúncios.
R$ /ano
Benefícios Premium + aulas de idiomas com música.
Já é assinante? Faça login.