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(p.a.l.o.p) Pretos Africanos de Língua

Bob Da Rage Sense

Letra

    (Salvaterra)
    Amerika imperial e nós somos a kolónia
    a nova eskravatura nas páginas de história
    Bush o Alexandre o grande e nós a macedónia
    vamos nos klassifikar komo akilo ke somos
    prostituas afrikanas de lingua oficial portuguêsa
    trankamos a porta mas G8 é chave inglesa
    dois(2) terços da humanidade pobre não vive
    na redoma devido do Japão Amérika e Europa
    somos a eskória e os mártires da história
    nossa morte é alzheimer ninguém nos tem em memória
    a nossa rotina é tsunami e katrina os filhos da sida
    sim, afilhados da vida desmembrados da mina
    e de alma partida, de kalma passiva, de miséria madrasta e nunka madrinha
    e de fome ke se alastra e nunka termina komo a dívida externa ke é uma dívida eterna
    há sítios onde não se vende água mas vende-se koka-kola
    minha esperança ganha asas mas nunka deskola
    o sítio é Cabo-verde, Guiné, São-tomé e Angola
    e a borboleta do kasulo ke eu chamo futuro
    é voltar ao passado e imitar o chaka-zulo
    usar o povo komo lança e a verdade komo eskudo

    Refrão:
    (Dino) Eu sou, tú és, ele é...eskravo do passado
    Nós somos, vôs sois, eles são... a razão deste fardo

    (Bob)
    Palop, o vestígio kolonial ke ainda hoje se vê
    Angola, Moçambique, Cabo-verde, São-tomé e Guiné
    foi-nos dada uma religião racista, foi-nos dada a prisão
    foi-nos dada a eskravidão e a justifikação foi a expansão
    comercial, atravessamos oceanos
    muitos p´ro mar nos atiramos, afogamos
    impuseram-nos uma kultura ke não era nossa
    disseram ser a civilização mas era só vossa
    proibiram o kimbundo o tchokwe e o umbundo
    obrigaram a falar o português e enkarar um novo mundo
    foram 500 anos, inkontáveis são os danos
    e loukuras kausadas pelas turturas aos afrikanos
    dividiram reinos pretos já existentes
    dizimaram sem piedade todos os resistentes
    aonde estão os descendentes e suas gentes
    as chagas nas kostas dos velhos hoje são evidentes
    kuando a independencia xegou nada mudou
    o afrikano luso-obrigado emigrou e o ke enkontrou
    um gueto kriminoso no kual mergulhou
    nesta sociedade desigual a eskravatura nunka akabou
    enkuanto afro-descendentes alimentam uma falsa esperança
    o português ofereceu-nos o inferno komo herança
    muitos entregam-se ao krime komo vingança
    mas o kriminoso real ke nos oprime numa mansão deskansa

    Refrão:
    (Dino) Eu sou, tú és, ele é....eskravo do passado
    Nós somos, vois sois, eles são....a razão deste fardo


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