Mas Que Baita Gauchada
César Oliveira e Rogério Melo
Numa lobuna, potrinha boba de freio
Apertei bem os arreios, e larguei no rumo da aguada
Pra tomá um trago e atirá um osso ferrado
No bolicho do pintado, metendo suerte clavada
Trote monarca, cacho atado a cantagalo
Pois se ando de a cavalo não é de medo das cobras
Ganho minha vida pechando boi sobre as garras
E às vezes faço uma farra, sempre que a plata me sobra
Vinha cruzando, num rancho costa de cerro
E nisso me atira um beijo, uma linda na janela
Nego pachola já quis me luzir pra outra
Levei o corpo na potra e esbarrei lá junto dela
Achei bonito e fiz uma graça com o pala
E a lobuna se resvala e prende um coice nos talher
Perdi os estribos, de pronto as rédeas me toma
Fui botar fora essa doma só por causa de mulher
Peguei o grito e a lobuna não me ouviu
Em duas se repartiu mandando lombo comigo
Me agarrou mal, e eu tive que cruza a perna
Só Deus é quem me governa, mas eu respeito o perigo
Mas que serviço, mas que baita gauchada
Na frente dessa morada perfumada de jasmim
Fiquei de a pé, e ela rindo na cancela
E essa linda da janela nem era tão linda assim
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