Poema Sem Nome
Cristina Nóbrega
Na ronda das quimeras é meu par
Alguém que se parece intensamente
Na maneira de olhar, ao teu olhar
É no resto, porém, tão diferente
Como a luz das estrelas o é do luar
Ou como o luar, do Sol resplandescente
A águia, contam, pra poder ganhar
A enorme altura a que só as águias vão
Procura uma eminência em que agitar
As asas que a sustentam na amplidão
Sucede assim também ao coração
Se reparando em mim, te dá contento
Vê nos olhos sempre, os teus pregados
Não fica lá pregado o sentimento
Esse anda por espaços constelares
Seguindo a vaga forma, o rosto brando
Do que há-de redimir os meus cuidados
Esse anda lá por fora entre-sonhando
A alma a que esta alma corresponde
E que hei-de achar na vida, não sei quando
Na vida, não sei quando, nem sei onde
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