Bêbados Falam de Amor (parte II)

Aos que me amaram sem eu perceber
Deram algo que eu não pude devolver
Não é mais uma questão de ter
Viver e deixar viver
Perdoar tentar entender
Que o tempo vem surpreender
E aos que acharam algo de mim saber
Escolha o que te faz sofrer

Ouviria as piores notícias dos seus lindos lábios
Sábios só dão atenção ao necessário
Fechei os meus olhos e me vi solitário
Amor, amor próprio é ser solidário, consigo mesmo
Já questionaram se eu consigo mesmo
Mesmo com a dor parece que eu quero
Viver meu próprio inferno
E me curar no veneno
Onde o amor de mentira é o ódio sincero

E aqui estamos
Talvez indo contra tudo que lutamos
Traduzindo sentimento tão estranhos
Mandar tudo se foder seria tão espontâneo
Ou só mais uma prova de que nós erramos
Aos que me amaram sem eu perceber
Deram algo que eu não pude devolver
Não é mais uma questão de ter
Viver e deixar viver
Perdoar tentar entender
Que o tempo vem surpreender
E aos que acharam algo de mim saber
Escolha o que te faz sofrer

Diz qual veneno te faz feliz
Quis o antídoto fiz o possível
Tô preso ao que me libertou
A força do hábito
Voltar pro seu cobertor
Tem o veneno que faz tão bem
Sem o antídoto fica impossível
Tô preso ao que me libertou
Álcool no hálito

Bêbados falam de amor
Bêbados falam de amor
Bêbados falam de amor

Mano, sabe qual que é a fita?
Eu confiei nas pessoas e aí eu vi que nisso eu fui egoísta
Porque aí eu reduzi elas a minha expectativa, tá ligado?
Eu eu tirei o direito dessas pessoas de serem o que todo mano é
Que é uma pessoa a cada ciclo
E eu olho para trás e eu vejo as relações que eu tive, que não existe mais
E eu lembro que eu costumava pensar que não deu certo
Que a pessoa não era real ou que não era boa e as vezes não era má
Mas só que as vezes a pessoa que evoluiu não condizia mais com aquela pessoa
Ou que a pessoa que aquela pessoa se tornou não condizia mais comigo, tá ligado?
Mas o ego sempre quer que a gente ache um culpado
Que não vai ser a gente
Ou um diabo, né? Tipo

Mas aí que tá, o ego ele engana a gente
Ele faz a gente pensar que aquele sentimento é seu
Ele fala pra gente: Eu sou você, e não é isso
É que ele se esconde no último lugar que você vai procurar, né?
Obvio que é dentro de você
O tempo todo eu tento fugir da dor que vai ser recorrente
E inevitável pra quem tá vivo
Que de me decepcionar com o que eu espero das pessoas
De me sentir machucada, sabe?

É algo comigo, e se eu deixar o ego me derruba
Todo dia eu repito pra mim tudo que eu fiz e que eu faço
Porque ele duvida de mim e nem quando eu tô com o meu corpo
Cansadona, com a minha mente cansada de tanto trabalhar ele reconhece
Aí eu tenho que parar mano e lembrar de tudo que eu senti
Tipo a primeira vez que eu ouvi o Tupac falar, sabe?
Aí eu penso: Caralho é tudo verdade sabe?

Mas tipo eu acho que também é um paradoxo
Porque sem ele eu também não estaria aqui
Porque se dependesse do que me cerca pra acreditar, tá ligado?
Eu não teria tido a coragem de usar a minha arte com orgulho
Independente das pessoas ridicularizarem no começo
E tal e assim no final das contas
A gente tem que aprender a superar o ego e domesticar ele
Mano, é isso
E o eu nem existe, o eu é muita coisa, o eu não é nada
O eu é o que sobra quando tira tudo, tá ligado?
Pode crer, visão