Um quero-quero anuncia o fim da tarde
Brotam cantigas, num galpão rico e singelo
Qual os candeeiros tremulando num pavio
E sustentando um viver que é tão belo

Me encontro a esmo, repontando nostalgia
Junto à humildade do meu rancho sem luar
Onde um mate, parcereia meu silêncio
E a guitarra me convida pra cantar

É nessas noites que as cantigas vêm singelas
Trazendo lembranças, da serrana flor morena
E as estrelas, me veem quietas sem alento
Trançando tentos, pra uma vida mais serena

Meu rancho abrigo se torna doce de afeto
Que por mim mesmo se cria diante das cores
Do terno o jardim, que preludia meu catre
Onde, a esmo, semeei tantos amores

Sobram cantigas ressoando na varanda
Entre as estrelas que descrevem partituras
E com meus tentos - recordando - tranço a vida
Que é, só, tão minha no largo dessas lonjuras

É nessas noites que as cantigas vêm singelas
Trazendo lembranças da serrana flor morena
E as estrelas me veem quietas sem alento
Trançando tentos pra uma vida mais serena

Composição: Gustavo Padilha / Fábio Soares