Interlúdio (Paixão)
Flora Matos
Ela nasce quando a gente menos espera
Bate na porta do coração sem ver onde a guerra te leva
Pudera, ela é a mais bela donzela
Qualquer plano, seja qual for o tamanho, cancela
Porque ela manda, desmanda na vida
Daquela ou daquele que já a quizera em alguma época de férias
São sérias as coisas que contam por lá e são belas
Perto dela qualquer outra conversa é mera
Não adianta recusar porque ela é traiçoeira
Anima e desorganiza é linda e bagunceira
Guerreira, vive por aí para quebrar barreiras
Sereia que enfeitiça qualquer um com sua beleza
Sua fraqueza que não deixa ninguém escondê-la
São feias as coisas que ela te pede pra fazê-la
Nem por isso se recusa a se dar de bandeja
Ela te quer, vem com ela observando a feira
Maneira, quando vi, a sua cor era vermelha
Aceita meu pedido pra sentar na sua mesa
Quando não me chama pra tomar um café com letra
Me beija e diz que de forma alguma me deixa
Me peita, me pergunta até onde te quero
E chega mais pertinho aqui pra me contar qualquer besteira
Concedo a essa dança, não é pra qualquer princesa
O sino toca e só parece que é pra vida inteira
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