Pera ai que já vou
Oh tia o dum ta aí?
Que que você quer com ele?
A gente jogar bola
O dum ó o menino me chamando
Esperai que já vou
Demoro
Demora não, volta rápido

Tempos difíceis, ruas de terra
Eu o moleque que nasci na favela
Jogava bola, soltava pipa
Desde pivete eu já via as correria
Dois aliados e uma história em comum
Era nós 3 se num é os três
Não é nenhum
Nóis lado a lado pra qualquer eventualidade
Na tristeza, na alegria ou na saudade
Se passa os tempos, tempos difíceis
Ainda nós 3, com nós 3 não tinha crise
Mesma idade, 17 as consequências
Menor do morro, acostumado com carência
Eu via tudo, não tinha nada
Eu nunca soube oque era uma peita de marca
Não tem nem luz, nem água quente
Não tem nem pai, a mãe ausente
Que sai cedinho e só volta na matina
Só ganha 15 por dia na faxina
Rosto marcado deflagado com as rugas
Não desanima, sobrevive e vai a luta
Luta confusa ó mãe, nunca sai disso
Só rola as lágrimas, eu nunca vi sorriso
Sorri pra quê filho se a gente tem nem oque comer
Então mãe, não fica assim não meu, a gente vai vencer
Me injuriei e falei é a gota d'água
Trombei os moleque, nós 3 numa pegada
Antes da cena truta, eu fiz a prece
Começa agora a confissão do 157

Eu sei que estou errado
Por estar roubando
Mais mesmo assim eu faço a prece
Aí moleque a confissão do 157

Flames gerados, por minhas atitudes
Reflexão eu não, tempos difíceis
Caminhos sórdidos, a ser seguidos
Se andar descalço não, semeia espinho
Mais me cansei de ser lento o processo
Com esse dinheiro se pá eu compro um teto
Cena do loko seis precisavam ver
Nós invadimos, eles começou tremer
Gritos e lágrimas pessoas abraçadas
Lembrei minha mãe que só chora calada
E os dois moleques, ficaram até bobo
Quanto dinheiro, quanta coisa, quanto ouro vixe
Pegamos tudo, saímos fora
A minha parte veio até uma cota em Dollar
Eu fiz a compra, paguei a água
Eu trouxe a luz para dentro da minha casa
Amedrontada a minha mãe pergunta
Da onde vem o dinheiro da fartura?
Joguei no bicho ó mãe e eu ganhei
Ganhou sozinho, ou ganhou seis 3?
Cê tá ligado né, eu fui esperto
Quando a mãe fala, o filho fica quieto
Pra mim já tava bom, amenizou o sofrimento
Mais os moleque, pensava de outro jeito
Não não não, fica a pampa que nós já ta no corre
Fiquei sabendo, tem outra fita forte
Então de novo truta, eu e os moleque
E continua a confissão do 157

Eu sei que estou errado
Por estar roubando
Mais mesmo assim eu faço a prece
Aí moleque a confissão do 157

Momentos tensos, que coisa estranha
Ouvi meu nome dentro dessa porra
Será minha mãe que me chama em pensamento
Ou a adrenalina que se instala em meu peito?
Sei lá doidão, eu já to meio cabreiro
Primeira vez eu não estava desse jeito
Eu não estou bem, as minhas mãos transpira
Será loucura do teco da minha farinha?
Estagnado, parado e preparado
Pra sair fora, pra mim ta tudo errado
E derre pente vários tiros pra minha reta
Mesmo atingido, eu volto pra favela
Eu ligo a tela, a cena é chocante
Os dois moleque, foi presso em flagrante
Flagrante de assalto em poco tempo
A guarda civil chega cerca o local e da voz
De prisão ao grupo, repare nessa imagem
Que um dos acusados tenta fugir correndo
Começa uma perseguição, o guarda civil
Dispara 3 tiros e consegue impedir a fuga do assaltante
Oque será, que será?
Eu ouço passos
Será meu Deus que eu fui caguetado?
Não pode ser, sem chance, são aliados
Na viatura ali dedo apontado
Braços estendidos apontados pra minha reta
Me caguetaram dentro da favela
Dignidade nenhuma, que consideração
Não pensaram duas vezes, deram meu nome
Né jão
Nunca pensei isso do seis, bagulho deselegante
Toda a quadrilha foi presa em flagrante
Trancafiado em um x agora eu penso
Oque será da minha mãe, é so lamento
Tem várias noites que um sonho me persegue
Me fez lembrar que eu não fiz a prece
E no corró, continua os dois moleques
Infelizmente confessaram 157
E no corró, continua os dois moleques
Infelizmente me caguetaram no 157

Composição: Dum / Mano Branco