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O Amor Venceu A Guerra

Gog

Quem um dia irá dizer que existe razão
Nas coisas feitas pelo coração?

É bem mais fácil falar da dor
É bem mais fácil que falar do amor
Dá mais Ibope, chama atenção
Dos parceiros do mundão, né não?

Meu vizinho vacilou se entregou não tive pena
Na sequência, dependência, choro
Algema-se ao refúgio, o canto do banheiro
Na porta, gritaria: Mãe, Civil, seis bombeiros
Nessa hora, realmente, o que se faz mais ausente
Nessa hora, o melhor: Se livrar do presente
E mirar no futuro, pra se sentir mais seguro
Procurar uma luz que clareie esse escuro
Na saída de casa, começa o desafio
Olhares que condenam, inquisidores no cio
Eu de cá do meu sobrado, ganhando a cena
Amizade é amizade, esquema é esquema

Eu tava aqui em casa, ele quem pediu, quem quis
Não fui oferecer, ele colou com o nariz
Agora vou dizer: Não tenho o mínimo remorso
Se ele fosse cabeça, podia até ser sócio

Veja só o que eu consegui com meu trabalho
Casa, jóias, conta corrente, carros
Nacionais e importados, todos caros
Altos sapatos, casacos raros
O que cansa é o entra e sai constante
Cliente que conversa, estressa bastante
Futrica, pergunta o que não deve
Não aguarda, ali mesmo se serve
Me apresento: Sou comerciante
Membro da comunidade atuante
Homem que amarra dinheiro com barbante
Sem receio, odeio o nome traficante

Pega mal, parece mercado informal
Me esforço pra ser um bom profissional
Fornecedores, compradores com horario na agenda
Amizade é amizade, esquema é esquema
Consegui fugir da fome, sair da miseria
Sem precisar usar um caderno dez matérias
E você, com esse olhar estranho
Pergunta o que que eu ganho, o que que eu ganho?

Prestigio, muita fama, sobre a cama mulher dama
Muitos trutas, muita grana, sai do pó, sai da lama
Nunca perde, sempre ganha, sempre bate, nunca apanha
Ninguém chama pro combate e a ameaça te estranha
Seu nome corre trecho, na quebrada é só respeito
Até seus erros são acertos: Mandou, falou, tá feito!

É pouco pra você?
Parar por quê? Quer me convencer? O que que cê tem pra oferecer?
Sou fruto aqui dessa terra
O amor versus a guerra!

O amor, o amor versus a guerra
O amor versus a guerra
O amor, o amor versus a guerra
O amor versus a guerra

É bem mais fácil guardar rancor
É bem mais fácil que dizer que perdoou
Dá mais Ibope, chama atenção
Mas faz mal pro coração, né não?

Esses dias, numa festa na favela aqui em cima
Uma dona me olhou com ódio, tipo quem intima
A moleca era linda! Dormi e acordei com aquele olhar
Bem cedinho, subi o morro, fui me informar
Uma convidada mora ali ao lado, vamo lá
Chegando lá, aquele mesmo olhar
Me apresentei, não disse uma palavra
Sabe quando parece que você não agrada?
Mas que nada, à noite tem balada!
Várias baladas, todas virando a madrugada!
Tem pra fumar, pra cheirar, nunca falta
Tem quente, tem gelada
Segurança, muita arma
Mas aquela mulher não me saía da cabeça
Vou lá na casa dela, aconteça o que aconteça!

Bati palmas, ela saiu
Na sequencia? Só acredita quem viu!
Me tratou mal, me chamou de dito cujo
Disse que não se renderia ao meu dinheiro sujo
Que não estava nos seus planos
Um homem que não viveria até os 30 anos
Sem pausa, despejou toda sua ira!
Perguntou se algo como eu respira
Fúria no olhar, desprezo, palavras cortantes
O pior adiante: Me chamou de traficante!
Saí arrasado, quase bati o carro
Bebida, bebida, cigarro, cigarro!

Eu? Apaixonado por uma moradora da favela? Não!
Além de petulante, vendedora de panela, que isso!

A gente constrói os castelos de areia
E descobre os erros no frio da cadeia
Até acreditava que fosse sujar, eu caí
Mas calculava: Tem acerto, eu pago pra sair!
Agora aqui, lençol fino, chão gelado
Sem dentes, com o rosto deformado
Todo dolorido, por fora e por dentro
Aqui, tortura tem o nome de depoimento
Adivinha quem me visita, fim de semana?
Quem eu amo sem ter levado pra cama, quem?
Domingo passado, realizou meu desejo
Nosso primeiro beijo!
Paguei o que devia pra justiça do homem
Pro Verdadeiro Juiz, meu pecado foi ontem!
Uma geração de dependentes foram meus clientes
Presos, mortos, agonia pros parentes!
Lembrei na hora do meu antigo vizinho
Sem contato, onze anos fora, mas sei o caminho
Trêmulo, bati palmas (Dona Felicidade!)
Entrei, tomei café, me emocionei com a humildade
Morei anos aqui e nunca notei isso
Vegetei anos aqui, eu era um morto-vivo!
Demorei, mas perguntei pelo Fábio
Internado numa casa de recuperação de drogados
Só não desmoronei porque já estava preparado
Diferente, agora me sinto culpado
A semana toda passei agoniado
Lá estava eu, madrugada de sábado
O encontrei no jardim, aguando as plantas
Ali mesmo tivemos uma conversa franca
Ali mesmo ensopei minha camisa branca
Me senti aliviado, tirei o nó da garganta!
A violencia que a atitude impensada gera
Não sou mais elo entre a ganância e a capela

Ah, o Fábio? É gerente hoje na fabrica de panela
E também é padrinho da minha filha mais nova, a Gabriela

Escapei, estou aqui, só pra concluir
Relatos como o meu são milhares aí
Faço parte de uma história que nunca se encerra
E até aqui o amor venceu a guerra!

O amor, o amor venceu a guerra
O amor venceu a guerra
O amor, o amor venceu a guerra
O amor venceu a guerra

E quem irá dizer que não existe razão?

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Composição: Genival Oliveira Gonçalves. Essa informação está errada? Nos avise.

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