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Em Reculuta

Gujo Teixeira

Letra

    Um tarumã bem copado abriga ao tempo os cavalos
    Maneia, cabresto preso, descansa a pata do oveiro
    Estância grande pras léguas tantas de sesmaria
    Nem bem clareava o dia, mateava nós e o posteiro

    Agosto largo, dando serviço pra os ponchos negros
    Garoa e vento tenteando chapéus de copas batidas
    Silhuetas de ontem, encilhas na esperam, cuscada na volta
    Tauras na escolta, tino de perro tranqueando a lida

    Fazia tempo que uma divisa já tinha ido
    Arame preto com a enchente forte partiu ao meio
    Trinta novilhas, pampa de sangue e marca de copa
    Ponta de tropa, sobraram tarca ontem no rodeio

    Depois dos mates, prosa boa e permisso do posteiro
    Nós e mais quatro ovelheiros e o peso do compromisso
    Em reculuta num grito largo levando a vista em reponte
    Era o horizonte, homem e cavalo pra esse serviço

    Chave de arame, mango e acouo, armas pra guerra
    Firma as esporas, trompa cavalo, num bueno aparte
    Quem tem a vida nas quatro patas de um bom ruano
    É soberano e faz da lida sua própria arte

    Em campo ajeno a cuscada alerta, atende o chamado
    Na várzea larga um pataleio alcança a novilha
    Trinta nas contas, bandeiam o mato pra invernada
    E a novilhada segue no mando de quem encilha


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