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Letra

    Foi quando a tarde se estendeu lenta e solita
    Que o fim do dia entregou toda sua luz
    E se acendeu uma Lua escassa, e seus candeeiros
    Clareando o rancho e os dois braços de uma cruz

    Ficaram inquietas e tão móveis sombras velhas
    Deixando tudo num silêncio de lamentos
    Que a luz da Lua percorreu o rancho inteiro
    Por rasgos claros desquinchados pelos ventos

    Ficou a sombra habitando e seus fantasmas
    Qual vultos negros nas paredes, lentamente
    Se escondendo frente aos olhos assustados
    De um menino, que fui eu, antigamente

    Assim por tudo, há uma sombra transponível
    Que só o tempo a decifra, por seus trilhos
    Por isso a cruz abriu seus braços ao menino
    Feito um abraço de uma mãe cuidando o filho

    Então o rancho foi ganhando claridades
    Que iluminou-se pela fé que nos traz calma
    E explicou aos olhos claros que um menino
    Não teme a sombra quem tem luz dentro da alma

    Composição: Jairo Lambari Fernandes / Gujo Teixeira / Márcio Rosado. Essa informação está errada? Nos avise.

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