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Galitos de Campo

Jairo Lambari Fernandes

Letra

    Eu encilhei três ontonte que até a pouquito troteava
    Com três cavalos de muda e uma vontade de estrada
    Maneadores de porteira, poncho, chave, cola atada
    E debaixo dos pelego uma esperança apertada

    Cheguei pra entregar o meu verso lá dos fundos de onde eu vim
    Escrita a toco de lápis e a luz pra candear ladim, vim repontar estas rimas
    De um canto que não é novo, de lombo, arado e galpão
    Onde ainda canta o meu povo

    Se faro em rinchar potro e arrastar de mariposa
    Falo em vivência de campo, de quem conhece essas coisas
    Meu mundo tem seu segredos e a mim me toca cantá-los
    Pois descobri muito cedo pra que estrela cantam os galos

    Minha guitarra tem alma, até quando erro se acha
    Branca geada no lombo, picumã dentro da caixa
    Traz as ganas e os alambrado, prende vento nas entranahas
    Que se soltam por os meus dedos, pra me lodear nas campanhas

    Por isso busquei na várzea, meus três gateados confiança
    E apertei entre os pelegos, um punhado de esperanças
    Cantar num palco do povo, mostrar que vive o meu canto
    Que mais que canto é arte de quem nasceu pra ser campo

    Composição: Jorge Renato Rodrigues da Silva / Sergio Carvalho Pereira. Essa informação está errada? Nos avise.

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