Tradução gerada automaticamente
Salam Rashid
Joan Manuel Serrat
Salam Rashid
T'ho havien dit, allà baix a la terra dels teus pares, t'ho havien dit que Europa era molt gran, per això hi anares des del gran Sud, on l'ombra de les palmeres ès dolça i l'aigua dels rius camina de puntetes, cautelosa. T'ho havien dit de nit les passes lentes de les dunes. T'ho havien dit, que el desert es va fent gran a mesura que els rics del Nord hi trenquen els seus rellotges de sorra a contracor. I tu només tenies ganes de córrer. ¿Què hi fas, Rashid, perdut a la frontissa d'un Nord poruc i un Sud que es desespera? T'han estripat l'honor i la camisa i un cop aquí no tornaràs enrera. Pell de color de dàtil o de sutge que sempre està fent cua a Laietana, no ets innocent sigui qui sigui el jutge. Ets el pecat, el camell, la fulana. Dècim trencat, propina d'urinari, ets tot allò que el fariseu rebutga. Trinca la creu i puja al teu calvari. Salam Rashid. Ja ni saps quant fa que camines per ciutats llogades arrossegant la sensació que a tot arreu sobraves. Et coneixem. Ets carn de soterrani i de conquesta, la falca justa perquè no trontolli la taula de la festa. Bulls al perol somnis del Sud contra la incerta ràbia de morir sol. Volies volar, i Europa és una gàbia i vas perdent a poc a poc records per les voreres feixugament, però et sents viu i esperes com les feres. El món es mou pels qui com tu caminen més del que volen. Mà d'obra barata. Sobrevivents de presons i pallisses que han decidit que els guiïn les sabates. Demà per tu somriurà la Mona Lisa. Faràs servir el Louvre de nevera. Les catedrals alternaran la missa amb l'Alcorà i les danses barbaresques.
Però mentrestant Europa va fent d'esma. Ha embolicat les porres amb banderes i a tu et reserva un jardí del Maresme. Salam Rashid.
Salam Rashid
Disseram pra você, lá embaixo na terra dos seus pais,
disseram que a Europa era muito grande,
por isso você foi do grande Sul,
de onde a sombra das palmeiras é doce
e a água dos rios caminha de mansinho, cautelosa.
Disseram pra você à noite, os passos lentos das dunas.
Disseram pra você que o deserto vai se alargando
a medida que os ricos do Norte quebram
seus relógios de areia contra a vontade.
E você só queria correr.
O que você tá fazendo, Rashid,
perdido na encruzilhada de um Norte medroso
e um Sul que se desespera?
Te arrancaram a honra e a camisa
e uma vez aqui, não tem volta.
Pele da cor de tâmara ou de fuligem
que sempre tá na fila na Laietana,
você não é inocente, seja quem for o juiz.
Você é o pecado, o camelo, a vagabunda.
Décimo quebrado, gorjeta de banheiro,
você é tudo que o fariseu rejeita.
Quebre a cruz e suba ao seu calvário.
Salam Rashid.
Você nem sabe há quanto tempo
vem caminhando por cidades alugadas,
arrastando a sensação de que em todo lugar
você sobra.
Nós te conhecemos.
Você é carne de porão e de conquista,
a peça certa pra não deixar a mesa da festa balançar.
Fervem no caldeirão sonhos do Sul
contra a raiva incerta de morrer sozinho.
Você queria voar, e a Europa é uma jaula
e vai perdendo aos poucos memórias
pelas calçadas pesadas,
más você se sente vivo e espera como as feras.
O mundo se move por quem, como você,
caminha mais do que quer.
Mão de obra barata.
Sobreviventes de prisões e surras
que decidiram que suas sapatilhas
que os guiem.
Amanhã, pra você,
a Mona Lisa vai sorrir.
Você vai usar o Louvre como geladeira.
As catedrais vão alternar a missa
com o Alcorão e as danças bárbaras.
Mas enquanto isso, a Europa vai se arrastando.
Embrulhou as porretadas com bandeiras
e pra você reserva um jardim do Maresme.
Salam Rashid.
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