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Canção de vida (para o Carlos do Carmo)

Jorge Palma

Letra

    Nascemos tão furiosamente sábios
    Dispensamos a razão
    Corremos com um sorriso nos lábios
    Nem contra o mundo em contra mão
    Crescemos descortinando o nosso fado
    Desvendando a nossa voz
    Mantemos bem acondicionado
    O fugitivo que há em nós
    E tu, tu que nem sempre me entendes
    Mas que tão bem sabes aconchegar
    Aquele que eu sou
    Talvez, nalgum instante ao olhares-me
    Consigas simplesmente, sem pudor
    Rever-te em mim
    Às vezes nada nos pode causar medo
    Tudo corre de feição
    Por vezes também custa no enredo
    Porque não é bela sem senão
    Mais tarde valorizamos a inocência
    E o que dela resta em nós
    Mais tarde temos plena consciência
    De que o final é sempre a sós
    E tu, tu que nem sempre me entendes
    Mas que tão bem sabes aconchegar
    Aquele que eu sou
    Talvez, de vez em quando ao olhares-me
    Consigas simplesmente, sem pudor
    Rever-te em mim
    Talvez, nalgum instante ao olhares-me
    Consigas simplesmente sem pudor
    Rever-te em mim


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