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Letra

    Meus olhos campeiam longe buscando o campo nativo
    E as flores que já não tenho no pedestal dos trevais
    Nem cavalos rebolcando por detrás da velha quinta
    Nem boiada pelechando na graxa dos pastiçais

    Meus olhos buscam o verde do aroma de algum poejo
    O Sol de uma maçanilha luzindo beira de estrada
    A nuvem branca de ovelhas estaqueando seu pelego
    Entre garças estendidas no lençol de uma canhada

    Meus olhos já não espelham o mesmo verde de antes
    O mato encobriu a vista e o campeiro alçou a perna
    Toda a poesia do campo ficará só no papel
    Pouco há o que fazer quando a plata é o que governa

    Meus olhos já não entendem, vendo o campo pelechado
    Invés de gado na carga, madeira no boiadeiro
    O que será dos caminhos sem o mugido do gado?
    Pois ninguém reponta lenha no ofício de tropeiro

    Meus olhos tem nostalgias pelas lágrimas que escapam
    Numa oração de campeiro cá das cruzes de um gateado
    Se o campo se vai De Muda, pelechando flor em mato
    Seremos novo retrato, nos fundões do nosso estado

    Composição: Juliano Moreno / Marcio Nunes Corrêa e José Renato Daudt. Essa informação está errada? Nos avise.

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