Cartas Para Ana

Olha aquele neguinho escrevendo um rap
Nossa, ele surfa entre o kick e o clap
Rima do jeito que o beat pede
Seu objetivo? Fugir de bad

Fazer arte, se sentir mais leve
Mas quando a chuva cai não tem quem não pegue
Desculpa meu pai, não tem quem não peque
E o que vira é tentar mesmo que nóis erre
Difícil é flagar pra que que isso serve

Só vendo o que acontece
Falar da senhora, mãe, lágrima desce
Meu coração é de gelo, frágil e derrete
Nem todos têm tudo que merece

Você sentiu na pele, e eu perdi meu norte (mãe)
Juro que eu tento ser forte,
mas cê me conhece e daí de cima observa

Rua né, o boombap
Mãe, seu filho é o Super Boombap
Um dos brek mais brek da 7
O muleque das track mais trash

Sinto que esses poderes só crescem
Mas ainda tem demônios que me perseguem
E a vida não tem um botão de reset
E as minhas atitudes ainda se repete
Em menos de dois passo você se perde

Que esse verso suba como água que ferve
Que a vida flua como um rio que segue
E eu te tipo, tipo, mãe com consegue?

Foi mais importante que o Sol que aquece
Impressionante como a gente esquece
Que o tempo não para e que tudo isso é breve
Eu perdi o meu tempo, hoje peço, me espere minha mãe
Eu te amo